
O sofrimento redentor de Cristo foi necessário devido ao pecado humano. Deus nos criou para a comunhão com Ele. Fomos criados para sermos participantes da vida divina, sermos Filhos de Deus por meio do Filho Jesus Cristo. Isso aconteceria independente do pecado, pois antes mesmo do pecado, antes da fundação do mundo, de acordo com o testemunho de S. Paulo (cf. Ef 1,4-5) éramos predestinados à santidade, à adoção filial, ou seja, a vida no Espírito Santo, que nos coloca na comunhão da Trindade Santa. Uma vez que pecamos e dissemos não a esse projeto, aprouve a Deus na sua graça sanar o nosso pecado. E assim, antes de nos elevar a si, Deus apagou a nossa dívida. E o fez por meio de Jesus Cristo. Ele é a vítima de expiação pelo nosso pecado, diz-nos S. João (cf. 1Jo 2,2).
Em Jesus, na humanidade assumida por Ele, fomos redimidos. Foi uma remissão real, pois o Cristo de fato sofreu as conseqüências do pecado. É por isso que Jesus sempre que aparece aos seus discípulos, como no texto de hoje, apresenta as marcas da paixão em suas mãos, em seus pés e em seu lado (cf. Lc 24,39): verdadeiramente Ele sofreu, morreu e ressuscitou. Deus cumpriu sua promessa.
Verdadeiramente Deus e homem, experimentado nos sofrimentos, Jesus tornou-se nosso defensor (cf. 1Jo 2,1). Ele sabe o quanto pesa o pecado humano, conhece o que o pecado pode fazer em nosso coração, embora Ele mesmo não tenha pecado. Não há, portanto, outro paráclito no qual possamos pôr a nossa segurança e esperança.
Diante da experiência de tão grande amor de Deus por nós, cabe-nos anunciar que Cristo está vivo realmente, guardando seus mandamentos (cf. 1Jo 1,3-5a); e, assim, seremos testemunhas de tudo isso (cf. Lc 24,48).
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