Também num monte, desta vez no Tabor, vemos outra teofania. Jesus mostra a sua glória a Pedro, Tiago e João: transfigurado diante deles, quer confirmar a fé destes discípulos a quem pouco antes tinha sido revelado a messianidade de Jesus, messianidade que não era segundo os parâmetros esperados. Jesus anunciara que ia morrer: seria conduzido à Jerusalém e, diante dos líderes judeus e pagãos, seria caçoado, humilhado, torturado e morto, mas ressuscitaria no terceiro dia. Ele repetirá o mesmo depois de descer do Tabor. Neste instante, porém, mostra-se como será depois na glória: a Transfiguração de Jesus é um sinal para que os discípulos possam enxergar os terríveis acontecimentos futuros dentro da ótica maior da ressurreição e glorificação. Apesar disto, parece que o intento de Jesus de confirmar a fé dos Apóstolos tinha sido em vão, pelo menos com relação aos dois primeiros, Pedro e Tiago: aquele, três vezes o negará; este, o abandonará. Apenas João parece que entendeu: ao permanecer junto do Senhor durante todas as suas dores até o extremo da cruz, João representa a Igreja que permanece fiel, a Igreja que mantém abertos os olhos da fé para enxergar no aparente sem-sentido da cruz o caminho para a glorificação.
