É interessante como é
difícil hoje, mais do que em outras épocas, ser virtuoso, íntegro, casto,
honesto, maduro, fiel, veraz. Em uma comunidade sadia, esperar-se-ia que estas
coisas fossem normais; na nossa sociedade pós-cristã, o normal é ter vícios,
ser instável, depravado, desonesto, imaturo, infiel, hipócrita... Prova disso,
é que nós nos surpreendemos quando vemos exemplos de homens com as virtudes
acima elencadas: parecem-nos homens de outrora, ou extra-terrestres. Todavia,
quem quer que se aventure por este caminho nota imediatamente a dificuldade de
segui-lo: é difícil ser honesto, manter a palavra, falar a verdade. Isto traz
problemas. É melhor dar um jeitinho; não custa nada mudar de ideia quanto à
palavra dita; porque não se pode dizer uma mentirinha para se safar de uma
situação embaraçosa? Afinal, quantos conflitos não seriam evitados se a gente
fosse menos intransigente nestas coisas, não é verdade? Para quê este
radicalismo, esta exigência toda? Temos de manter a paz: “paz e amor, bicho”.
Como falou o filósofo
Olavo de Carvalho no seu artigo O inferno brasileiro, a nossa sociedade não sofre sequer da degradação dos valores,
mas da completa inversão deles. Verifica-se o que o salmista proclama com
tristeza: “Em toda parte os malvados andam soltos, porque se exalta entre os
homens a baixeza.” (Sl 11,8). Tudo o que é de mais baixo se exalta na mídia,
desde o desregramento sexual, ao racismo às avessas, a violência, o aborto, o
gayzismo, a falta de respeito para com as pessoas, a mentira, o politicamente
correto, as ideologias desde sempre homicidas. E uma população massiçamente
conservadora, que rechaça todas essas coisas, vai engolindo-as pela passividade
a que é reduzida pela estimulação contraditória.
Uma sociedade assim
está em crise, com doença gravíssima, sem assistência médica (pois os
responsáveis pela cultura e pela espiritualidade foram quase todos cooptados
pelas ideologias dominantes – marxismo, positivismo e suas proles) e o destino
parece certo: a morte. Os abutres do Islamismo, da Nova Ordem Mundial e do
Eurasianismo estão à espera do moribundo, para alimentar-se de seu cadáver.