quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dilma, abortista

Este video tira todas as dúvidas que poderiam pairar sobre a adesão da candidata do PT, Dilma Rousseff, à agenda abortista do seu partido. A indignação do jornalista e apresentador Luiz Carlos Alborgheti deveria ser a nossa: não se pode discutir o aborto como se fosse uma ideia respeitável, já que não se discute se um homicídio é uma ideia respeitável. Atenção para algumas imagens que aparecem no video - ELAS SÃO FORTES. Mas é necessário que nos demos conta da monstruosidade que é o aborto, que esta mulher, que intenta ser presidente do Brasil, deseja aprovar como um "direito humano" da mulher.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

São Vicente de Paulo - O Apóstolo da Caridade - 4


O Santo deixou a casa De Gondi em 1617, retirando-se para Bresse, em Chantillon-les-Dombes. Ali era uma paróquia abandonada. Havia cerca de quarenta anos que jazia naquele lamentável estado, sem nada; certos beneficiários de Leão sugavam-lhe os magros lucros.
Assim, depois de quase meio século, aquela cidade infortunada, composta de duas mil almas, não tinha propriamente falando, nem padre, nem pastor, nem quaisquer diretrizes espirituais.
O capítulo de Leão dirigiu-se aos Padres do Oratório para que lhe indicassem um homem capaz de remediar tal desordem. O padre Bérulle não sabia quem poderia desincumbir-se da missão, quando Vicente apareceu para comunicar-lhe que ia deixar a casa De Gondi: propôs-lhe, então a paróquia de Chantillon, que o Santo aceitou.
São Vicente de Paulo chegou em Chantillon-les-Dombes no mês de agosto de 1617, em companhia dum bom padre do país, chamado Luís Girard. Como a casa paroquial estava em ruínas, alojaram-se na casa de um tal Beynier. Esse Beynier, calvinista, com o tempo se converteu.
Eis a programação que Vicente se propôs a cumprir: levantava-se às cinco horas; meia hora de oração; o ofício e a santa missa eram feitos em horas marcadas, de modo que não se desperdiçava o tempo sem necessidade; os dois, Vicente e Luís, cuidavam da parte da casa que lhes coubera: eles mesmos tratavam da arrumação dos quartos e faziam as camas. Vicente não queria que a enteada do hospedeiro fizesse mais do que já fazia no resto da casa.
O novo pastor visitava regularmente, duas vezes por dia, uma parte do rebanho. O resto do tempo era empregado no estudo e no confessionário.
O desejo de ser útil tanto aos pequenos como aos adultos, fez Vicente estudar com dedicação o dialeto usado familiarmente. Aprendeu-o em pouco tempo e passou a falá-lo corretamente, com grande proveito no catecismo.
O ofício divino era celebrado com a maior decência possível. As danças foram banidas, bem como certos escandalosos excessos que desonravam as festas, sobretudo a da Ascensão de Nosso Senhor.
Havia na paróquia seis velhos padres que eram a negação do bom exemplo: Vicente empenhou-se e conseguiu exortá-los a viver em comunidade, obedecendo à regra. A cidade inteira, surpresa e edificada, acompanhava as mudanças que se operavam devagar, mas eficientemente. Tudo estava ficando transformado, caminhando para a perfeição. Os mais sábios acreditavam que aquele homem, a quem a reforma dum clero como o daquele lugar, regularizando-se como estava, sem muitas dificuldades, era assaz competente e conseguiria ganhar para Deus a paróquia toda inteira não demoraria muito tempo.
Efetivamente quatro meses depois, quem visse Chantillon-les-Dombes ficaria de boca aberta, tal a diferença. Os maiores pecadores, em fila, contritos, compareciam ao tribunal da penitência, de modo que o santo passava um tempo enorme no confessionário. Tão compenetrado estava das coisas espirituais, que se esquecia das mais urgentes necessidades da natureza.
Houve em Chantillon duas conversões extraordinárias: a de duas mulheres nobres, que viviam senão para o mundo e que acabaram modelos de piedade e de caridade. Naqueles tempos, quando a peste se declarou, foram devotíssimas aos pobres e aos doentes.
O conde de Rougemont, esgrimista, um dos mais terríveis duelistas da França, intrépido, ágil como gato, converteu-se, e tão completamente, que se desfez das terras que possuía, as célebres terras de Rougemont. Vendeu-as para fundar mosteiros e socorrer os indigentes. O castelo onde vivia, enorme, transformou-se em hospital para religiosos e pobres. E o conde, pelo resto da vida, satisfeito, foi modelo de penitência e de mortificação.
Mais tarde, Beynier, calvinista, como vimos, acabou por abraçar a vida religiosa, com o dom de arrastar para Jesus um grande número de calvinistas.
Um dia, era dia de festa, Vicente estava subindo ao púlpito, quando uma das duas mulheres convertidas o deteve, pedindo-lhe recomendasse à caridade dos paroquianos uma família extremamente pobre, da qual a maior parte dos habitantes estava doente, numa propriedade afastada, a mais ou menos três quilômetros de Chantillon.
Vicente atendeu o pedido da mulher. E Deus lhe deu tal eficácia às palavras, que um grande número de ouvintes foi visitar a pobre família, e ninguém de mãos vazias. Uns levaram pão, outros vinho, este carne, aquele farinha. Vicente, depois das orações das vésperas, também lá foi, com alguns habitantes da paróquia. E ficou abismado com o movimento que havia na estrada: grupos que iam, carregando embrulhos, grupos que vinham, a conversar e a comentar, grupos de pessoas que descansavam sob as árvores, porque, naquele dia o calor era excessivo.
- Oh, exclamou, que bela caridade, mas desregrada, infelizmente! A família pobre terá muita provisão duma vez e, pois, não poderá consumi-la. E uma parte se perderá. É pena, porque outras famílias, nas mesmas condições, há por aí.
Esta reflexão de Vicente, que tinha um espírito regrado, todo ele sistemático, principiou a imaginar o meio pelo qual todos os necessitados pudessem receber auxílio com ordem. Não só uma família, mas todas as que estivessem em semelhantes aflições.
Reuniu, então, um dia, as mulheres piedosas da paróquia e com elas conferenciou, depois de orar a Deus, pedindo-lhe que o inspirasse. As idéias foram surgindo, juntando-se, definindo-se. Foi como surgiu a primeira confraria, a primeira sociedade das Damas da Caridade, instituição que, como todas as de Vicente de Paulo, se propagou por todos os países cristãos.
O Santo, voltando à casa De Gondi, em fins de 1617, apenas para uma inspeção geral sobre o andamento da educação dos filhos de Filipe Emanuel, teve grandes folgas para dedicar-se ao que o atraía: tratar da gente do campo.
Assistido por vários padres virtuosos, por seculares e religiosos, empreendeu um grande número de missões nas dioceses de Paris, de Beauvais, de Soissons e de Sens, onde a casa De Gondi possuía terras. Tais missões, nas quais a condessa de Joigni trabalhava à sua maneira, visitando os doentes, consolando os aflitos, fazendo esmolas, produziram um bem imenso e renovaram as paróquias – e muitos heréticos foram convertidos à fé.
Aquela experiência fez sentir a Vicente e à condessa de Joigni, a importância e a necessidade das missões no campo. Desde 1617, a piedosa condessa passou, então, a reservar um fundo de seis mil libras para tal empreendimento, quantia que renovaria de cinco em cinco anos.
Quem se encarregaria das missões? Em vão Vicente recorreu, sucessivamente, aos jesuítas, aos Oratórios e comunidades outras. A condessa concluiu que ele mesmo era quem devia tomar as rédeas da fundação, com alguns dos seus virtuosos padres, aqueles mesmos que o haviam ajudado.
Em abril de 1625, a 17, o ato foi redigido. João Francisco de Gondi, cunhado da condessa e primeiro arcebispo de Paris, doou o colégio Bons-Enfants para que nele se alojasse a nova comunidade; tratava-se de um casarão antigo, que depois passou a chamar-se seminário de São Firmino, tornando-se célebre, tristemente célebre, dado o massacre de setenta e cinco padres, ocorrido em setembro de 1792. Tempos depois, abrigava cegos.
A condessa de Joigni falecia meses mais tarde. Vicente retirou-se, então, para o Bons-Enfants, seguido de Antônio Portail, um dos primeiros companheiros, padre da diocese de Arles. Principiavam as missões. Vinte anos mais tarde, Vicente assim se expressava sobre aqueles começos:
“Fomos enviados por nossos senhores, os bispos, para evangelizar os pobres, como fizera Nosso Senhor. E trabalhávamos, fazendo Deus, por seu lado, o que já havia previsto na eternidade. Abençoou nossos trabalhos, e tudo corria a contento. Diante disso, outros eclesiásticos juntaram-se a nós, pelos anos em fora. Ó Salvador, jamais pensei que tudo ficasse como agora ficou!”.
Luís XIII autorizou a nova associação por cartas-patentes do mês de maio de 1627, sob a denominação de “Padres da Congregação da Missão”. Continuava-se a evangelizar o povo nos campos, não somente na França, mas na Itália.

São Vicente de Paulo - O Apóstolo da Caridade - 3


De volta à França

Vicente retornou, então, à França. Era pelo começo de 1609. Conversou com o rei, e ficou hospedado em São Germano, perto do Hospital da Caridade. Dali ele ia, constantemente, servir aos doentes e consolá-los.
Henrique IV vira e falara com Vicente de Paulo, mas parecia desconhecê-lo. É que o Santo evitava, cuidadosamente, tudo aquilo que pudesse dar-lhe ares de grandeza. Chamavam-no Monsieur Paulo – nome de família, e aquilo lhe soava como se fora de origem ilustre, de modo que, chegando a Paris, apresentou-se e fez-se simplesmente tratar por Monsieur Vicente, o nome de batismo.
Ao invés de usar o título de licenciado em teologia, deixava-se conhecer como um pobre professor secundário. Todavia, por mais cuidado que tivesse, escondendo como escondia as virtudes, acabavam descobrindo-as.
Um dia, foi apresentado à rainha Margarida, primeira esposa de Henrique IV, a qual, então, fazia profissão de piedade. Essa princesa queria vê-lo. E fez dele o chefe duma casa piedosa, com o título de capelão-ordinário.
Retirou-se depois Vicente para os Padres do Oratório, que o padre De Bérulle viera fundar: não para se agregar à companhia, mas para viver no retiro sob a direção do piedoso fundador. Ali ficou o Santo por dois anos.
Nesse tempo, Bourgoing, pároco de Clichy, lugar situado a seis quilômetros de Paris, deixou a paróquia para ingressar na Ordem, onde sucedeu, mais tarde, como superior-geral, ao padre De Bérulle. Aquilo proporcionou a Vicente encarregar-se da paróquia então vaga, cargo que aceitou apenas por espírito de obediência.
Em Clichy, a cumprir reta e devotamente os deveres de bom pastor, caiu nas graças de todos. Era estimadíssimo, não só na própria freguesia, como nas paróquias da circunvizinhança. Restaurou nove igrejas, proveu-as do que necessitavam, e instituiu a Confraria do Rosário.
Tempos depois, corria o ano de 1613, deixou a paróquia: é que o padre De Bérulle o aconselhara a aceitar o cargo de preceptor dos filhos de Filipe Emanuel De Gondi, conde de Joigni, Chefe Geral dos galeotes de França, e de Francisca Margarida de Silly, mulher de excelente virtude.
O Geral e a esposa tinham três filhos: o mais jovem faleceu com dez ou doze anos; o mais velho foi duque e par; o segundo tornou-se o famoso cardeal de Retz.
Vicente de Paulo viveu doze anos na casa do conde de Joigni. Quando o casal ia para o campo com os filhos, levando-o também, o maior prazer do Santo era percorrer as vizinhanças e catequizar os pobrezinhos, instruindo-os. Pregando ao povo, exortava-o, administrava-lhe os santos sacramentos, principalmente o da penitência, confirmava-o na fé, com a aprovação dos bispos e o agrado dos padres.
Duma feita, estando no castelo de Folleville, em 1616, na diocese de amiens, vieram rogar-lhe fosse a Gannes, aldeia situada a mais ou menos duas léguas de distância.
- Há lá, disseram-lhe, um velho, um homem de bem, que deseja se confessar com Monsieur Vicente. Está doente, muito doente – perigosamente entre a vida e a morte.
Vicente foi, e a condessa acompanhou-o.
O velho tinha sessenta anos, e queria fazer uma confissão geral. Ao dar com a condessa, disse:
- Ah, senhora, estarei perdido se não fizer uma confissão geral! Ah, como agora me atormentam grandes pecados do passado, pecados que deixei de confessar!
Àquelas palavras, a condessa Francisca Margarida redargüiu:
- Oh, Monsieur Paulo! – exclamou comovida – Que coisa! Que pensar das pobres almas todas? Este, que era tido como homem de bem, atormenta-se com grandes pecados – que dizer dos que não são tidos nesta conta? Quantas almas se perdem!
Era em janeiro, a 25, festa da conversão de São Paulo. E a condessa rogou a Vicente que pregasse na igreja de Folleville, a todos chamando à confissão geral. Vicente pregou e ensinou a todos a melhor maneira de fazer uma ótima confissão. A pregação foi tão inflamada e tão inspirada, que ninguém deixou de comparecer ao confessionário. Foi uma avalanche – e Vicente precisou valer-se da ajuda de dois jesuítas de Amiens.
Dado o êxito da pregação, que imensos foram os frutos recolhidos, resolveram fazer o mesmo nas adjacências, nas terras sujeitas à casa De Gondi. Tal foi a primeira missão de São Vicente de Paulo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Perito critica “amnésia dos historiadores” sobre Pio XII

Em um artigo chamado “Pio XII e a amnésia dos historiadores”, o L’Osservatore Romano publica a crítica de um sacerdote e historiador jesuíta, o Pe. Giovanni Sai, que escreve na revista “La Civiltá Cattolica” que face à grande quantidade de documentação existente, peritos como Richard Overy não tomam em conta o trabalho da Santa Sé e do Papa Pacelli como parte essencial dos esforços para acautelar a Segunda guerra mundial.

O Pe. Sai critica que Overy, em seu livro “Ao borde do precipício. 1939: Os dez dias que arrastaram ao mundo à guerra” não se refere em nenhum momento “nem sequer acidentalmente à atividade desenvolvida pela Santa Sé nos fatos tão meticulosamente reconstruídos”.

O historiador jesuíta recorda que existe uma abundante documentação a respeito nas Atas da Santa Sé sobre a Segunda guerra mundial que aparecem publicadas na página Web do Vaticano, no qual se pode apreciar, por exemplo, “como Pio XII e o Presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, procuravam por todos os meios ao seu dispor alentar a encontrar soluções de compromissos que permitissem evitar a guerra”.

Em 9 de abril de 1939, a apenas um mês e uma semana depois de ter sido eleito para a Sede de Pedro e a uns meses de iniciar a guerra, Pio XII em seu discurso de Páscoa explicou “como as turbulências do presente parecem florescer de males inclusive mais graves”, cujas raízes deviam ser buscadas na miséria de muitos “na falta de mútua compaixão entre as nações, nas violações de pactos santos e da palavra empenhada”.

Com as relações com a “Alemanha nacional socialista deterioradas por causa das fortes denúncias de Pio XI contra a política anti-católica, anti-cristã e anti-semita adotada pelo Terceiro Reich”, Pio XII convoca a uma conferência entre as potências européias, respaldado pelos Estados Unidos, que infelizmente não chegou a se concretizar.

Os esforços do Papa Pacelli foram para o Secretário de Relações Exteriores dos Estados Unidos, Summer Welles, “do mais alto valor” não só por sua influência moral mas também porque se deram “no momento em que a tensão internacional era muito grave”.

O sacerdote também menciona que, entre outras questões que os historiadores deveriam mencionar “está a laboriosa preparação do famoso chamado de 24 de agosto de 1939” dirigido aos governantes do mundo para evitar a guerra “e sobre tudo os efeitos imediatos daquela intervenção que afetou tanto à opinião pública que fizeram que o mesmo Hitler pospusesse a agressão à Polônia uma semana”.

“Se o ataque se deu no 26, como estava previsto, o ditador não só teria dado a impressão de não querer evitar o conflito, logo depois da dura advertência papal, mas se teria atribuído diante de todo o mundo a inteira responsabilidade de uma guerra desastrosa”.

O Pe. Sai precisa então que “sobre isto o historiador inglês (Overy) não menciona absolutamente nada” nem mesmo afirma nada sobre os grandes esforços da diplomacia vaticana para evitar que “o mundo caísse no abismo”.
Ainda hoje, conclui o sacerdote e historiador jesuíta, uma parte da literatura histórica “por distintas motivações de ordem ideológica, que vão inclusive no documentário” tende a menosprezar ou desconhecer o “papel ético-político da Santa Sé naqueles difíceis anos.

Para ter acesso às Atas da Santa Sé sobre a Segunda guerra mundial, ingresse em: http://www.vatican.va/archive/actes/index_sp.htm

São Vicente de Paulo - O Apóstolo da Caridade - 2

O destino de Vicente começa a mudar

Quando estava para regressar, um gentil-homem de Languedoc, com o qual se alojara, propôs-lhe que, juntos, viajassem até Narbona. Era pelo mês de julho, a estação não podia ser mais bela e o tempo apropriadíssimo à navegação.
Vicente embarcou. O vento era favorável, e todos esperavam chegar a Narbona absolutamente no dia e hora estipulados.
O mercado de Beaucaire começava a funcionar ativamente; lá os ricaços do Oriente iam negociar com a Europa. Corsários, em busca de presas, cruzavam o golfo de Leão, em todos os sentidos.
Eis senão quando três bergantins turcos surgiram à proa do barco em que Vicente viajava. A abordagem não se fez esperar, e a luta que se travou, curta, pois os turcos eram em número muito superior, terminou pouco depois. Os corsários perderam um dos chefes e tiveram quatro ou cinco forçados mortos.
Vicente recebera uma flechada, o piloto fora feito em pedaços e os demais aprisionados, salvos os endinheirados que não opunham resistência. O barco foi saqueado e, em seguida, com os prisioneiros, transferiram-se os turcos para os próprios navios.
Mais tarde, numa carta a um amigo, uns dois anos depois, Vicente dizia:
“Fomos, então, em Tunis, postos à venda, depois duma descrição verbal sobre nossa captura, que, diziam, fora feita num barco espanhol. Tal mentira era necessária, porque, sem ela, seríamos libertados pelo cônsul que o rei tinha naquelas plagas. Fizeram com que todos rodássemos pela cidade, cinco ou seis vezes, de cadeias ao pescoço. Vestíamos calças grosseiras, um jaleco de linho e barrete. Metidos num dos bergantins, ficamos à espera dos compradores. Estes examinaram as feridas ganhas na luta, e viram que não eram graves nem mortais, apalparam-nos, mediram-nos, examinaram-nos os dentes, como se faz com cavalos. Fizeram-nos andar, observando os movimentos, os passos, e, em seguida, obrigaram-nos a correr. Passamos, afinal, à outra prova, qual seja a de carregar fardos. Por último, vieram as lutas, para que lhes mostrássemos a força que tínhamos. Foi um desfilar de brutalidades”.
Vicente foi vendido a um pescador. O pescador, afinal, vendo que o novo escravo não se dava com o ar do mar, acabou por passá-lo a um médico, já velho, que o Santo chamava “a quintessência do atirador, homem humaníssimo, tratabilíssimo, que dizia-me, havia trabalhado por cinqüenta anos à procura da pedra filosofal. Gostava muito de mim, e de discorrer, para mim, sobre a alquimia e suas leis, a ela esforçando-se tremendamente por me atrair, prometendo-me grandes riquezas e saber imenso”.
“Deus sempre operou em mim uma crença de libertação pelas assíduas orações que eu fazia à Virgem Maria, pela intercessão da qual creio firmemente ter-me livrado. E a esperança e a crença de que ia rever-vos, senhor, levaram-me a estar bastante atento com o nosso alquimista, procurando instruir-me sobre o modo de curar a gravela, pois que o via, diariamente, fazer maravilhas. Ensinou-me mesmo a preparar e misturar os ingredientes,  bem como a maneira de administrar a porção. Oh, quantas vezes desejei ter sido escravo bem antes da morte de teu irmão! Com o segredo que agora conheço, tenho certeza de que não teria morrido daquele mal”.
A carta, que é de 20 de julho de 1607, é a endereçada ao mais moço dos dois De Commet, do qual o Santo fora mestre.
Continua:
“Fiquei com o velho médico de setembro de 1605 até agosto de 1606, quando, então, foi ele preso e levado por homens do sultão, para trabalhar e servir o potentado, o que não aconteceu, porque morreu a caminho”.
“Quanto a mim, deixou-me com um sobrinho, verdadeiro antropomorfita, que me revendeu imediatamente após a morte do tio, porque ouvira dizer que Monsieur de Brèves, embaixador do rei na Turquia, vinha com boas e expressas patentes do Grão-Turco para recuperar os escravos cristãos”.
“Um renegado de Nice, comprou-me e levou comigo para o seu temat. Temat é o patrimônio do Grande Senhor, terras que o rendeiro lavra, porque lá o povo nada tem, porque tudo é do sultão. O temat daquele que assenhoreou de mim era na montanha, onde o país é extremamente quente e terrivelmente deserto”.
“Uma das três mulheres que tinha era grega cristã, mas cismática. Outra, era turca, que serviu de instrumento à imensa misericórdia de Deus para retirar o marido da apostasia, levá-lo ao grêmio da Igreja, e livrar-me da escravatura”.
“Interessante é que estava a par do nosso modo de viver. Vinha ver-me todos os dias, no campo onde eu estava a labutar, e fazia mil perguntas. Um dia, ordenou-me cantasse os louvores de Deus. À lembrança do Quomodo cantabimus in terra aliena, das crianças de Israel cativas na Babilônia, fez-me começar, de lágrimas nos olhos, o salmo Super flumina Babylonis, e depois o Salve Regina, e muitas outras coisas de que ela gostava”.
“Não deixou de contar ao marido, à noite, dizendo-lhe que havia errado ao mudar de religião: a católica, achava-a boníssima, porque eu lhe fizera um relato sobre nosso Deus e lhe cantara alguns louvores, quando comigo estivera a perguntar-me coisas. Dissera, então, ao marido que sentira tal alegria e satisfação tal, como jamais experimentara em toda a vida.”
“Essa mulher, como outro Caifás, ou como a jumenta de Balaão, tanto falou, que o marido, no dia seguinte, de manhã, disse-me que não tinha outro desejo senão o de nossa salvação, que nos daria tal remédio, e Deus, dentro de poucos dias, seria louvado”.
“Os poucos dias duraram dez meses, e eu vivia de esperanças. Um dia, porém, fizemo-nos ao mar e demos em Avinhão, onde Monsieur, o Vice-legado, recebeu publicamente o renegado, que vinha com lágrimas nos olhos e a soluçar, de coração contrito. Na igreja de São Pedro, honrando a Deus e edificando os assistentes, foi admitido”.
“Depois foi a ida a Roma, onde o Vice-legado prometeu ao penitente que faria com que pudesse ingressar no austero convento dos Fateben-Fratelli, onde agora está”.
Foi de Avinhão que São Vicente de Paulo escreveu tal carta ao antigo aluno.
Em Roma, Vicente permaneceu até 1608, pela assistência que recebeu do Vice-legado, que o hospedou e lhe proporcionou o que fazer. E lá estava Vicente, tocado até as lágrimas, por ver-se na cidade mestra da cristandade, onde o chefe da Igreja militante tem assento, onde os corpos de São Pedro e São Paulo repousam, bem como os de outros santos mártires e outras santas personagens.
Quando não se dava à devoção, empregava o tempo em repassar os estudos de teologia feitos em Toulouse. O Vice-legado apresentou-o ao embaixador da França, o Cardeal d’Ossat, e este o encarregou de missão importante e secreta junto a Henrique IV.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

São Vicente de Paulo - O Apóstolo da Caridade - 1


Hoje a Igreja faz memória de um de seus mais gloriosos santos, São Vicente de Paulo. Ele brilhou como um facho de luz na França do século XVII assolada por guerras e miséria. Apresento uma série de textos que tratam da vida deste grande santo e modelo dos servidores do Evangelho. Nestes nossos tempos em que os pobres são utilizados como cavalo de batalha ideológico, Monsieur Vincent, como era chamado pelos seus contemporâneos, por cujas mãos passavam mais dinheiro do que pelas do ministro das finanças do reino, nos ensina com sua vida e obra como se deve servir aos pobres autêntica e evangelicamente. Boa leitura! E viva o ínclito Vicente!

Introdução

Depois dos apóstolos, talvez não haja nenhum homem que mais tenha prestado serviços à Igreja Católica e à humanidade inteira. Para contribuir à santificação do clero e do povo cristão, ele instituiu uma congregação de missionários que foi digna do autor, e continua a espalhar a fé por todo o mundo.
Para santificação dos sacerdotes e dos fiéis, ele estabeleceu retiros espirituais, cujo uso se espalhou por toda parte. Para a formação de jovens padres, para aperfeiçoar-lhes a santidade e exaltar-lhes a vocação, criou seminários, que se espalharam por todo o mundo cristão.
Aos pobres doentes, ele instituiu a Congregação das Filhas da Caridade, cujo devotamento admirável provocou o estabelecimento de muitas outras congregações semelhantes.
Para preservar da morte as crianças abandonadas pelas ruas, ele fundou um hospital de crianças abandonadas, e hoje, deste seu exemplo, hospitais e outras casas do gênero estão disseminadas por todo o mundo cristão.
Ele fez mais ainda: hospitais para velhos, doentes mentais, presos e mendigos. Enviava missionários com o fim exclusivo de consolar os escravos cristãos. Sustentava com suprimentos, às vezes por longos anos, províncias inteiras que haviam sido devastadas pelas guerras, pela fome ou pela peste, como a Lorena, a Champagne e a Picardia.
E quem era esse homem, esse Vicente de Paulo, esse benemérito? Filho dum lavrador, começou por pastorear o rebanho do pai. Feito sacerdote, foi preso por Corsários turcos e vendido como escravo nas costas da África.

Os inícios

Vicente de Paulo nasceu numa terça-feira de Páscoa, 24 de abril de 1575, na aldeiazinha de Puy, perto de Dax, nos confins de Bordeaux, lá para os Pirineus. O pai chamava-se Guilherme de Paulo, a mãe Bertranda de Moras. Possuíam uma pequena granja, onde trabalhavam e donde tiravam o pão de cada dia, para si e para os seis filhos, duas meninas e quatro meninos.
Vicente, que era o terceiro, trabalhava, como os outros, na propriedade: guardava, como vimos, o rebanho, levando-o a pastar. Desde pequeno, sentia compaixão pelos pobres. Quando voltava do moinho, com o saco de farinha nas costas, dava alguns punhados aos pobres, quando não tinha outra coisa para dar. Muitas vezes, com eles, partilhou o pão que comia e as vestes que usava. Tendo economizado, certa vez, trinta sous, quantia considerável naquela época e para aquela idade, deu tudo a um pobre, que lhe parecia ser o mais abandonado de todos.
Com essa bondade de coração, mostrava grande vivacidade de espírito. O pai, então, resolveu fazê-lo estudar. A despesa seria espantosa, mas esperava que um dia fosse recompensado. Assim, enviou-o aos franciscanos de Dax, pagando sessenta libras por ano, segundo o costume do tempo e do país.
Era, então, pelo ano de 1588. O jovem Vicente, com apenas 13 anos fez tantos progressos, que, ao fim de quatro anos, foi aceito como preceptor dos dois filhos de um certo senhor De Commet, advogado de Dax, por indicação do superior do convento.
Foi esse De Commet que, tocado e edificado pela virtude de Vicente, o aconselhou a ser padre.
Vicente, que o respeitava muitíssimo, tendo-o como a um segundo pai, recebeu o conselho com ardor, e depois a tonsura e as quatro ordens menores em 20 de dezembro de 1596, com a idade de vinte anos, após ter empregado nove nos estudos em Dax.
O pai, para ajudá-lo, teve que vender uma junta de bois, e Vicente foi para Toulouse, para os estudos de teologia, nos quais gastou sete anos.
Durante a estadia em Toulouse, o jovem ia, algumas vezes, estudar em Saragoça.
Para não pesar à família, embora o pai, ao morrer, ordenasse que lhe dessem o dinheiro necessário, Vicente retirou-se para a cidadezinha de Busset, durante as férias, ali se encarregando da educação dum número considerável de crianças, cujos pais tinham posses, e se sentiam satisfeitos de poder confiar os filhos a um homem do qual a virtude e a capacidade eram publicamente reconhecidas e divulgadas. Mesmo de Toulouse, enviavam-lhe crianças, meninos e meninas, como se vê por uma carta escrita por ele à mãe.
Entre os alunos, havia dois sobrinhos-neto do célebre Jean de La Valette, grão-mestre de Malta, que resistiu gloriosamente a todas as forças otomanas.
O Duque de Épernon, governador da Guiana, parente próximo dos dois meninos, desejou, e muito, conhecer Vicente, Monsieur Vicente, como dizia respeitosamente, por ele vindo a conceber grande estima.
Vicente retornou de Busset a Toulouse com os pensionistas, terminando, então, seus estudos de teologia. Bacharel, dizem dele os autores da Gallia Christiana: “Era doutor em teologia”. Contudo, a prova autêntica daquela afirmação não foi encontrada.
Durante os estudos de teologia em Toulouse, Vicente recebeu o subdiaconato, em 19 de setembro de 1598, o diaconato três meses depois, e, finalmente, a ordenação, em 23 de setembro de 1600.
Os grandes padres de Dax, estando vaga uma das sedes, escolheram-no para a paróquia de Tilh, mas um competidor, que havia requerido tal paróquia em Roma, acabou por lhe tomar o lugar. Vicente, desejoso de paz para continuar os estudos em Toulouse, não deu a mínima importância à questão. Até porque lhe prometiam algo mais importante, que pleiteavam com a mediação do Duque de Épernon. Efetivamente, Vicente fez, no começo de 1605, uma viagem a Bordeaux, e teve uma entrevista com o duque, sem que se soubesse por que objetivo fora lá. Somente diz, numa carta daquela época, que havia feito uma viagem de negócios. A sorte parecia sorrir-lhe. De volta a Toulouse, ficou sabendo que um amigo o instituíra herdeiro dos seus bens. Para recolher parte da herança, teve que ir a Marselha.

Censura: candidato abortista do PT não quer ser chamado de abortista

Nos últimos dias, presenciamos no Brasil uma assustadora volta da censura. Eis mais um caso, noticiado em ACI Digital:
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Fontes do Movimento em Defesa da Vida no Brasil denunciaram que o deputado federal e candidato a senador, Carlos Abicalil (PT) impôs uma censura ao Grupo Gazeta de Comunicação, jornal e TV do Mato Grosso, no sentido de impedir a divulgação de reportagens associando o político à liberação do aborto. O petista alega que sua vinculação com esta prática infanticida está gerando prejuízos a sua imagem em um assunto polêmico.

Para conhecer um pouco melhor o candidato Abicalli, vale recordar que o petista foi um dos 52 deputados que assinaram pelo desarquivamento do PL 1135/91, a pedido de José Genuíno, outro deputado do PT de São Paulo favorável à descriminalização do aborto, após o mesmo ter sido votado e derrotado por 33 votos contra zero na quarta feira, dia 7 de maio de 2008, na CSSF - Comissão de Seguridade Social e Família e no dia 9 de julho de 2008, na CCJC - Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, o projeto foi considerado inconstitucional e reprovado por 57 votos contra quatro.

A imprensa local informou que o juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Samir Hammoud proibiu, por meio de liminar, as emissoras de TV e rádio de veicularem a propaganda que afirma que o candidato ao Senado Carlos Abicalil (PT) seria favorável ao aborto. As inserções foram feitas por Antero Paes de Barros (PSDB), adversário do petista no pleito deste ano. "Abicalil é a favor do aborto. Não matarás. O direito à vida é sagrado! E você? Votaria num candidato que é a favor do aborto? Abicalil é a favor do aborto! Pense nisso na hora de votar", diz a propaganda proibida pelo juiz Hammoud.

A reprimenda também recaiu sobre o Grupo Gazeta de Comunicação, jornal e TV Record/Canal 10, que está sob censura prévia da Justiça de Mato Grosso por decisão do juiz Lídio Modesto Filho, responsável pela propaganda eleitoral. Ele concedeu liminar ao deputado federal e candidato a senador, Carlos Abicalil (PT) no sentido de impedir a divulgação de reportagens associando o político à liberação do aborto. O petista alegou prejuízos à sua imagem em um assunto polêmico e não decidido pelo Congresso Nacional. Para Abicalil, a informação estaria deturpada e poderia comprometê-lo no processo eleitoral.

Procurado pela reportagem de A Gazeta, o juiz Lídio Modesto explicou através da assessoria de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT) que a decisão é liminar e que ainda será apreciada no mérito, situação que o impede de se pronunciar.
O candidato ao Senado, Carlos Abicalil (PT), não quis atender a reportagem e, por meio da assessoria de imprensa, defendeu o cumprimento da decisão judicial que promove a censura ao Grupo Gazeta.

A humanidade de Jesus Cristo


Da Carta de Santo Inácio de Antioquia à Igreja de Esmirna (séc. I)

Agradeço a Jesus Cristo, que vos tornou tão sábios. De fato, constatei que sois perfeitos na fé imutável, como que pregados na carne e no espírito à cruz de Jesus Cristo e confirmados no amor do seu sangue. Estais plenamente convencidos de que nosso Senhor é verdadeiramente da descendência de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, nascido verdadeiramente da virgem, batizado por João, para que toda a justiça fosse cumprida por ele. Ele foi realmente pregado por nós em sua carne, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes. É graças a esse fruto, à sua divina e feliz paixão que nós existimos, a fim de erguer para sempre um estandarte pela ressurreição para os seus santos e fiéis, tanto judeus como pagãos, no corpo único da sua Igreja.

Ele sofreu tudo isso por nós, para que sejamos salvos. E ele sofreu realmente, assim como ressuscitou verdadeiramente. Não sofreu apenas na aparência, como dizem alguns incrédulos. São eles que existem apenas na aparência. Assim como pensam, para eles acontecerá serem sem corpos e semelhantes a espíritos.

Quanto a mim, sei e creio que, mesmo depois da ressurreição, ele estava na sua carne. Quando veio até aos que estavam em torno de Pedro, lhes disse: “Pegai, tocai-me, e vede que eu não sou espírito sem corpo.” E imediatamente eles o tocaram e, ao contato com sua carne e seu espírito acreditaram. É por isso que eles desprezaram a morte e foram reconhecidos superiores à morte. E depois da ressurreição, comeu e bebeu junto com eles, como um ser de carne, embora espiritualmente unido ao Pai.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bispo denuncia agenda abortista do PT

Em um recente artigo Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro, bispo de Oliveira (MG) chama a atenção do eleitorado para as propostas anti-vida do PT da candidata Dilma Rousseff, destacando que este partido afirma-se por um Brasil que inclui “a defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público”. Por isso o bispo pede que ao escolher seus candidatos o eleitor observe também seus compromissos com a defesa da vida.
Ao referir-se aos direitos fundamentais da pessoa, que são o direito à vida, à propriedade, à liberdade e à honra, o prelado destaca «entre os quatro direitos, o primeiro é o mais importante porque é a base de todos os outros».
«Os Dez Mandamentos da Lei de Deus expressam em sua totalidade esses direitos fundamentais e seus desdobramentos. O direito à vida ocupa um lugar especial no quinto mandamento: Não matar; que nos obriga à defesa da vida humana desde a sua concepção no ventre materno até sua natural consumação na morte. Aborto e eutanásia, assim como tudo que fere a vida humana, são pois, condenados por Deus», destacou o prelado.
Lembrando o grave delito do aborto e que “quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sentenciae”, como afirma o Canon 1314, do Código de Direito Canônico. O bispo denunciou que “entre os candidatos não são poucos, de diversos partidos, que defendem o aborto, como já declararam em entrevistas à imprensa ou reduzem sua aprovação a um eventual plebiscito como se a objetividade do bem se definisse pela opinião da maioria ou pela estatística e não pela objetividade da Lei de Deus e da lei natural impressa no coração de todos os homens”.
“Entre os partidos, o Partido dos Trabalhadores inclui o aborto em seu programa partidário. O PT em seu 3º Congresso ocorrido em setembro de 2007 afirma-se “por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais” que inclui “a defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público”, enfatizou Dom Miguel Angelo citando as Resoluções do Congresso do PT.
Mencionando o Catecismo da Igreja, o bispo recorda que também “faz parte da missão da Igreja emitir um juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política,quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas”.
“Diante da grave situação em que estamos, cada eleitor católico tem a gravíssima obrigação de ao escolher seus candidatos, observar também seus compromissos com a defesa da vida e com aqueles pontos “que não admitem abdicações, exceções ou compromissos de qualquer espécie” como o caso das leis civis do aborto; da eutanásia; de proteção do embrião humano; da tutela da família como consórcio natural e monogâmico de um homem e uma mulher, portanto contra o reconhecimento da união civil de homossexuais e a adoção de crianças pelos mesmos; da liberdade de educação dos filhos pelos pais; da liberdade religiosa e de uma economia a serviço da vida”, destacou Dom Freitas.
“Cada um examine diante de Deus e de sua consciência para bem escolher nossos governantes de modo a escolher o melhor pelo Brasil. Não podemos nos furtar diante da verdade e da justa defesa da vida e da Lei de Deus”, conclui o bispo do oeste mineiro.
O artigo completo pode ser visto em: http://www.acidigital.com/naomatar.htm

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Votopelavida.com denuncia PT e promoção do aborto

Votopelavida.com é uma iniciativa internacional que visa monitorar as eleições em toda a América Latina, denunciando os candidatos e os partidos que ocultam seu envolvimento com a promoção da Cultura da Morte e apontando os candidatos que têm se empenhado efetivamente em defender o reconhecimento do direito à vida em todas as suas etapas. Os responsáveis pelo site assinalam que existem grandes interesses internacionais que promovem a Cultura da Morte na América Latina. No Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT) é, no momento, o principal aliado destes interesses. Jamais alguma instituição colaborou tanto para a implantação do aborto no Brasil como o tem feito o PT em seus últimos oito anos de governo.

“A grande maioria do povo brasileiro é radicalmente contra o aborto e sua legalização, entendendo que esta prática é um homicídio e um atentado contra o direito fundamental à vida”, destacam os líderes da iniciativa pró-vida. No entanto eles recordaram que o PT “assumiu, como programa oficial de governo, tornando-o obrigatório para todos os seus membros, a total descriminalização do aborto no país, ao mesmo tempo em que, com espantoso cinismo, não obstante toda a ampla documentação em contrário, nega publicamente este fato aos seus eleitores”.

“O atual governo reconheceu diante da ONU o aborto como um direito humano; forçou a aprovação de um projeto de lei no Congresso que legalizaria o aborto durante todos os nove meses da gravidez, ao mesmo tempo em que prometia que jamais o faria; ampliou a rede de serviços de abortos ditos "legais" para promover, sem sucesso, a ampliação da aprovação da opinião pública à prática do aborto; apoiou a difusão de cursos de treinamento em práticas de aborto para a classe médica em todo o território nacional; boicotou o tanto quanto pôde a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaria quais seriam os interesses internacionais que promovem estas práticas no Brasil”, denuncia também votopelavida.com.

Depois de recordar que o partido do governo puniu os deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, acusando-os de violações graves contra a Ética Partidária, por terem militado contra a descriminalização do aborto, chama atenção do eleitor para uma mais ativas candidatas do partido ao Senado pelo Estado de São Paulo, a ex-prefeita Marta Suplicy, que foi colaboradora das principais instituições internacionais que têm como objetivo facilitar a introdução da Cultura da Morte no Brasil.

Votopelavida lembra também que “os bispos católicos do Regional Sul 1 da CNBB, que representa as 47 dioceses do Estado de São Paulo, publicaram um documento intitulado Apelo a todos os Brasileiros e Brasileiras, que está sendo distribuído em todo o Brasil, por meio de incontáveis voluntários, e está sendo crescentemente reproduzido e divulgado por muitos milhares de sites na rede mundial de computadores”. Além disso, “Pastores evangélicos, denunciando estes mesmos fatos, estão divulgando, através da Internet, vídeos que atingiram, em pouquíssimos dias, audiências de milhões de acessos”, recordaram também os pró-vidas responsáveis pelo site.

“Neste domingo, dia 3 de outubro, o Brasil terá uma oportunidade para defender a vida em todas as suas etapas ou optar pela institucionalização da Cultura da Morte em sua nação. Para que isto ocorra de modo consciente, entretanto, é necessário que antes denunciemos o imenso teatro, montado pelos meios de comunicação, que foi estabelecido para ocultar estes fatos do povo brasileiro”, destacaram os organizadores do Voto pela Vida.

Para mais documentos e informação útil para votar bem nestas eleições, visite o site: http://www.votopelavida.com


Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20068

Carta de Santo Inácio de Antioquia aos Romanos - 3


Imitar a Paixão de Cristo

Para nada me serviriam os encantos do mundo, nem os reinos deste século. Para mim, é melhor para Cristo Jesus do que ser rei até os confins da terra. Procuro aquele que morreu por nós; quero aquele que por nós ressuscitou. Meu parto se aproxima. Perdoai-me, irmãos. Não me impeçais de viver, não queirais que eu morra. Não me abandoneis ao mundo, não seduzais com a matéria quem quer pertencer a Deus. Deixai-me receber a luz pura; quando tiver chegado lá, serei homem. Deixai que seja imitador da paixão do meu Deus. Se alguém tem Deus em si mesmo, compreenda o que quero e tenha compaixão de mim, conhecendo aquilo que me oprime.

O príncipe deste mundo quer arrebatar-me e corromper o meu pensamento dirigido para Deus. Que ninguém dos que aí estão presentes o ajude. Antes, colocai-vos do meu lado, isto é, do lado de Deus. Não tenhais Jesus Cristo na boca, desejando, ao mesmo tempo, o mundo. Que a inveja não habite em vosso meio. Mesmo se eu estiver junto de vós e vos implorar, não vos deixeis persuadir. Persuada-vos aquilo que vos escrevo. É vivo que eu vos escrevo, mas com anseio de morrer. Meu desejo terrestre foi crucificado, e não há mais em mim fogo para amar a matéria. Dentro de mim, há uma água viva, que murmura e diz: “Vem para o Pai”. Não sinto prazer pela comida corruptível, nem me atraem os prazeres desta vida. Desejo o pão de Deus, que é a carne de Jesus Cristo, da linhagem de Davi, e por bebida desejo o sangue dele, que é o amor incorruptível.

O amor crucificado

Não quero mais viver conforme os homens. Se quiserdes, assim o será. Desejai isso, para que também vós possais ser amados por Deus. Eu vo-lo peço em poucas palavras: Crede em mim. Jesus Cristo vos manifestará que estou falando sinceramente. Ele é a boca que não mente, pela qual o Pai verdadeiramente falou. Rogai por mim, para que eu alcance a meta. Não vos escrevi segundo a carne, mas conforme o pensamento de Deus. Se eu sofrer, vós me tereis amado; se eu for recusado, vós me tereis odiado.

Recomendações

Em vossa oração, lembrai-vos da Igreja da Síria que, em meu lugar, tem Deus por pastor. Somente Jesus Cristo e o vosso amor serão nela o bispo. De minha parte, sinto-me envergonhado de ser contado entre seus fiéis. Não sou digno disso, pois sou o último entre eles, e um abortivo. Contudo, se eu alcançar a Deus, terei recebido a misericórdia de ser alguém. Meu espírito vos saúda, bem como o amor das Igrejas que me receberam em nome de Jesus Cristo, e não como simples viajante. Embora não as tenha encontrado fisicamente no meu caminho, elas me precederam de cidade em cidade.

De Esmirna, eu vos escrevo essas coisas, por meio de efésios dignos de serem chamados felizes. Entre muitos outros, está comigo Croco, nome que me é caro. Creio que conheceis os que foram à minha frente da Síria até Roma, para a glória de Deus. Avisai-os que estou perto. Todos eles são dignos de Deus e de vós, e é bom que os reconforteis em todas as coisas.

Eu vos escrevo nove dias antes das calendas de setembro [24 de agosto]. Passai bem até o fim, perseverando em Jesus Cristo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Carta de Santo Inácio de Antioquia aos Romanos - 2



Escrevo a todas as Igrejas e anuncio a todos que, de boa vontade, morro por Deus, caso vós não me impeçais de o fazer. Eu vos suplico que não tenhais benevolência inoportuna por mim. Deixai que eu seja pasto das feras, por meio das quais me é concedido alcançar a Deus. Sou trigo de Deus, e serei moído pelos dentes das feras, para que me apresente como trigo puro de Cristo. Ao contrário, acariciai as feras, para que se tornem minha sepultura, e não deixem nada do meu corpo, para que, depois de morto, eu não pese a ninguém. Então eu serei verdadeiramente discípulo de Jesus Cristo, quando o mundo não vir mais o meu corpo. Suplicai a Cristo por mim, para que eu, com esses meios, seja vítima oferecida a Deus. Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado. Eles eram livres, eu até agora sou um escravo. Contudo, se eu sofro, serei um liberto de Jesus Cristo, e ressurgirei nele como pessoa livre. Acorrentado, aprendo agora a não desejar nada.

Desde a Síria até Roma, luto contra as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, acorrentado a dez leopardos, a um destacamento de soldados; quando se lhes faz bem, tornam-se piores ainda. Todavia, por seus maus tratos, eu me torno discípulo melhor, mas “nem por isso sou justificado”.

Possa eu alegrar-me com as feras que me estão sendo preparadas. Desejo que elas sejam rápidas comigo. Acariciá-las-ei, para que elas me devorem logo, e não tenham medo, como tiveram de alguns e não ousaram tocá-los. Se, por má vontade, elas se recusarem, eu as forçarei. Perdoai-me; sei o que me convém. Agora estou começando a me tornar discípulo. Que nada de visível e invisível, por inveja, me impeça de alcançar Jesus Cristo. Fogo e cruz, mandadas de feras, lacerações, desmembramentos, deslocamentos de ossos, mutilações de membros, trituração de todo o corpo, que os piores flagelos do diabo caiam sobre mim, com a única condição de que eu alcance Jesus Cristo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Atenção, católicos: os bispos pedem: não votem no PT!


Em nota, Regional Sul 1 pede divulgação do texto "Apelo a todos os Brasileiros e Brasileiras"



NOTA DA COMISSÃO EPISCOPAL REPRESENTATIVA DO CONSELHO EPISCOPAL REGIONAL SUL 1 – CNBB



A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “VOTAR BEM”, acolhem e recomendam a ampla difusão do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico “www.cnbbsul1.org.br”.

São Paulo, 26 de Agosto de 2010.


Dom Nelson Westrupp, scj
Presidente do CONSER-SUL 1

Dom Benedito Beni dos Santos
Vice-presidente do CONSER-SUL 1

Dom Airton José dos Santos
Secretário Geral do CONSER SUL 1




APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS



Nós, participantes do 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida (CDDVs), organizado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB e realizado em S. André no dia 03 de julho de 2010,

- considerando que, em abril de 2005, no IIº Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (nº 45) o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto,

- considerando que, em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (CEDAW) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher,

- considerando que, em setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Polítíca das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois com a eliminação de todos os artigos do Código Penal, que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime,

- considerando que, em setembro de 2006, no plano de governo do 2º mandato do atual Presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto,

- considerando que, em setembro de 2007, no seu IIIº Congreso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir este programa,
- considerando que, em setembro de 2009, o PT puniu os dois deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto,

- considerando como, com todas estas decisões a favor do aborto, o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de “aborto - problema de saúde pública”, estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional,

- considerando que, em fevereiro de 2010, o IVº Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), decreto nª 7.037/09 de 21 de dezembro de 2009, assinado pelo atual Presidente e pela ministra da Casa Civil, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, dando assim continuidade e levando às últimas consequências esta política antinatalista de controle populacional, desumana, antisocial e contrária ao verdadeiro progresso do nosso País,

- considerando que este mesmo Congresso aclamou a própria ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República,

- considerando enfim que, em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do aborto que investigaria o assunto,

RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de S. José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.

Convidamos, outrossim, a todos para lerem o documento “Votar Bem” aprovado pela 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, reunidos em Aparecida no dia 29 de junho de 2010 e verificarem as provas do que acima foi exposto no texto “A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil” (http://www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf), elaborado pelas Comissões em Defesa da Vida das Dioceses de Guarulhos e Taubaté, ligadas à Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, ambos disponíveis no site desse mesmo Regional.


COMISSÃO EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL 1 DA CNBB