sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

São Basílio e São Gregório Nazianzeno, bispos e doutores da Igreja

S. Basílio (à esquerda) e São Gregório Nazianzeno (à direita), com Gregório de Nissa ao Centro

Nesse dia 02 de janeiro, a liturgia católica faz memória de dois grandes santos, bispos e doutores da Igreja: São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno. São Basílio Magno nasceu em 330 na Cesaréia da Capadócia e é considerado o pai do monaquismo oriental. A ele devemos a profunda reflexão sobre a divindade e a ação do Espírito Santo, que muito contribui tanto no combate contra os pneumatômacos (que negavam a divindade da terceira pessoa da Trindade) quanto nas definições do Concílio de Constantinopla em 381. Morreu em 379. S. Gregório de Nazianzeno também nasceu em 330, nas proximidades de Nazianzo, também na Capadócia. Foi amigo de Basílio. E, assim como este, era um homem de profundidade intelectual e mística, fato que o levou a ser cognominado “o teólogo”. Sua doutrina também muito contribui para as discussões do Concílio de Constantinopla, presidido por ele durante um certo período. Faleceu em 390. Devido ao lugar de origem, ambos, Basílio e Gregório, ao lado de Gregório de Nissa (irmão de Basílio), são chamados de padres capadócios. A seguir, apresentamos um texto extraído do "Tratado Sobre o Espírito Santo", n.23, de São Basílio Magno.

A íntima união do Espírito com a alma

A íntima união do Espírito com a alma não é uma proximidade local. Como seria possível haver aproximação corporal daquele que é Incorpóreo? Achar-se-ia, ao invés, na renúncia às paixões, que, devido ao amor que alma dedica à carne, assaltam-na, afastando-a da intimidade com Deus.
Somente podemos nos aproximar do Paráclito, se nos purificarmos da deformidade proveniente dos vícios e recuperarmos a beleza própria da nossa natureza, restituindo assim à imagem do rei, através da purificação, sua primitiva forma. O Paráclito, porém, como um sol, haverá de penetrar nos teus olhos purificados, e mostrar-te em si a Imagem do ser Invisível. Na feliz contemplação da Imagem, verás a inefável beleza do modelo original (arquétipos). Por meio dele, elevam-se os corações, os fracos são conduzidos pela mão, os que progridem chegam à perfeição. Ele é que, iluminando os que se purificaram de toda mácula, transforma-os em espirituais, através da comunhão com ele. E como os corpos claros e diáfanos, atingidos por um raio luminoso, tornam-se brilhantes e emitem outro fulgor, assim as almas portadoras do Espírito, iluminadas por ele, tornam-se elas também espirituais e propagam a graça. Daí as consequências: a previsão do futuro, a inteligência dos mistérios, a percepção das coisas ocultas, a distribuição dos carismas, a cidadania celeste, o canto em coro com os anjos, a alegria interminável, a habitação junto de Deus, a semelhança com Deus, enfim o anelo supremo: tornar-se Deus. De fato, estes são a respeito do Espírito Santo, para mencionar apenas alguns, os nossos conceitos concernentes a sua grandeza, dignidade e obras, aprendidos das palavras do mesmo Espírito.

Um comentário:

  1. Olá, caros irmãos! Parabéns pelo blog! São de muito apreço de minha parte os Santos Padres, especialmente os capadócios. Dentre eles, São Gregório de Nissa (cuja memória é celebrada no próximo dia 10, pelo Missal Romano Monástico) me atrai de modo muito particular. E digo por quê: o santo irmão de São Basílio e Santa Macrina desenvolve uma teologia voltada para o Fim, que é Cristo, mostrando sempre que estamos em caminho. Cabe, segundo o bispo de Nissa, lançarmo-nos sempre para esse fim, num contínuo começo, em direção a Ele. É o que Gregório chama de Epectase.

    Fiquei contente em ver o ícone dos 3 grandes doutores capadócios juntos!

    Abraços, em Xto!

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