sexta-feira, 26 de abril de 2013

Uma nova humanidade e a Doutrina Social da Igreja


A experiência histórica é farta ao demonstrar todo o horror e toda a ignominiosa crueldade das revoluções modernas, desde a Francesa até as semi-silenciosas e vasilinosas revoluções atuais. O pretexto é sempre o mesmo: criar um novo homem, uma nova sociedade. Esse pretexto é, na verdade, uma macaqueação do ideal cristão dos "novos céus e nova terra", que é uma realidade absolutamente transcendente e pós-histórica, mas que é expressa e como que antecipada, não realizada, no crente em Jesus, que estando n'Ele, é uma nova criatura.
A Igreja, entretanto, com sua Doutrina Social, quer propor aos homens não uma utopia, não uma terra sem males, mas "um humanismo integral e solidário, capaz de animar uma nova ordem social, econômica e política, fundada na dignidade e na liberdade de toda a pessoa humana, a se realizar na paz, na justiça e na solidariedade (...)" (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 19)
Como realizar isso? Com o socialismo, com revoluções? Prossegue o texto:
"Um tal humanismo pode realizar-se se cada homem e cada mulher e suas comunidades souberem cultivar as virtudes morais e sociais em si mesmos e difundi-las na sociedade, de forma que 'assim aparecerão, com o necessário auxílio da graça divina, homens realmente novos construtores de uma humanidade nova' " (id.)
A consequência prática disto é que não se pode mudar o mundo com revoluções a partir de coletivos, mas cada homem deve transformar-se a si mesmo, convertendo-se à verdade, aceitando a estrutura da realidade, cultivando as virtudes morais e sociais e, assim, paulatinamente ir fermentando a sua família, sua comunidade e a sociedade inteira com um modo de viver novo, mas que não é novo: está gravado no coração humano, na natureza humana: realizar-se, abrindo-se para Deus e para os irmãos.