Há pouco iniciamos um novo ano civil. Mais do que um evento concreto, a divisão do tempo em anos é um fato psicológico: um novo ano é a oportunidade de novos projetos, de estabelecer metas. Mas, à medida que o ano vai transcorrendo, alegrias, tristezas, perdas, encontros e desencontros nos esperam na próxima esquina. Comparado ao ano anterior, cada ano novo será diferente nos eventos, mas idêntico ao ano anterior no que diz respeito às contingências humanas. Daí surge a tendência de dizermos como o autor do Eclesiástico: "O que foi é o que será: o que acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol" (Eclo 1,9).
Diferente do ano civil, na nossa fé católica, vivemos e nos movemos dentro do chamado ano litúrgico. Este não coincide com o ano civil, apesar de se organizar dentro de sua estrutura de dias, semanas e meses. O ano litúrgico é aquele ritmo de celebrações que fazem memória das maravilhas da salvação operadas por Deus em nosso favor. É o espaço em que Deus, por meio de Sua Palavra e no seu Amor, descortina para nós o mistério escondido desde toda eternidade (cf. Ef 3,9): Deus nos chama a viver como seus filhos.
Fazer memória, no entanto, não significa recordar simplesmente, com saudosismo, o que Deus fez. Nada disso. Celebrar a memória é tornar presente na nossa história atual os eventos únicos da salvação. É por isso que a palavra HOJE é tão presente nos textos litúrgicos. O ano das celebrações é tempo de graça. E graça aqui não é uma coisa de Si que Deus nos dá. Graça é o Seu Santo Espírito que torna as maravilhas de Deus presentes em nosso meio, abrindo os nossos corações à sua compreensão. "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão" (Jo 16,13).
Por isso, nós cristãos podemos dizer que há algo de novo debaixo do céu. Para nós, as misericórdias de Deus se renovam a cada manhã, pois grande é a sua fidelidade (cf. Lm 3,22-23). A cada ano, a cada mês, a cada dia, no solene Tríduo pascal, passando pelo Advento, Natal, Quaresma, Tempo Comum e pelas festas da Virgem Maria e dos Santos, o Senhor nos torna presente hoje a novidade perene do Seu Amor. Deus visita sempre o seu povo, recordado da sua aliança.
Os cristãos não estão condenados a experimentarem o tempo como um peso, como uma sucessão de eventos já conhecidos. O ano civil para nós é iluminado pelas graças colhidas no ano litúrgico. O ano civil nos torna escravos dos nossos sonhos mesquinhos e acanhados. O ano litúrgico nos eleva para os céus, nos recorda que estamos a caminho para lá, mantendo os nossos olhos fixos em Jesus, o autor e consumador da nossa fé (cf. Hb 12,1) . O ano litúrgico abre-nos o tempo de Deus, início da eternidade. Somente vivendo nesse tempo da graça, vale a pena sonhar, renunciar, alegrar-se e enfrentar as dificuldades da vida.
Por fim, o ano litúrgico é celebrado em cada Eucaristia. É na Santa Liturgia que adentramos no espaço e no tempo do Outro. A liturgia, portanto, não pode ser inventada e incrementada por gostos mundanos. Deve ser um espaço, onde cada rito, prescrito por aquela que tem autoridade para isso, a fiel Esposa católica, nos coloca dentro do tempo de Deus. E, assim, a cada missa celebrada, podemos dizer: eis o tempo favorável, eis o tempo da salvação! (cf. 2Cor 6,2)
Diferente do ano civil, na nossa fé católica, vivemos e nos movemos dentro do chamado ano litúrgico. Este não coincide com o ano civil, apesar de se organizar dentro de sua estrutura de dias, semanas e meses. O ano litúrgico é aquele ritmo de celebrações que fazem memória das maravilhas da salvação operadas por Deus em nosso favor. É o espaço em que Deus, por meio de Sua Palavra e no seu Amor, descortina para nós o mistério escondido desde toda eternidade (cf. Ef 3,9): Deus nos chama a viver como seus filhos.
Fazer memória, no entanto, não significa recordar simplesmente, com saudosismo, o que Deus fez. Nada disso. Celebrar a memória é tornar presente na nossa história atual os eventos únicos da salvação. É por isso que a palavra HOJE é tão presente nos textos litúrgicos. O ano das celebrações é tempo de graça. E graça aqui não é uma coisa de Si que Deus nos dá. Graça é o Seu Santo Espírito que torna as maravilhas de Deus presentes em nosso meio, abrindo os nossos corações à sua compreensão. "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão" (Jo 16,13).
Por isso, nós cristãos podemos dizer que há algo de novo debaixo do céu. Para nós, as misericórdias de Deus se renovam a cada manhã, pois grande é a sua fidelidade (cf. Lm 3,22-23). A cada ano, a cada mês, a cada dia, no solene Tríduo pascal, passando pelo Advento, Natal, Quaresma, Tempo Comum e pelas festas da Virgem Maria e dos Santos, o Senhor nos torna presente hoje a novidade perene do Seu Amor. Deus visita sempre o seu povo, recordado da sua aliança.
Os cristãos não estão condenados a experimentarem o tempo como um peso, como uma sucessão de eventos já conhecidos. O ano civil para nós é iluminado pelas graças colhidas no ano litúrgico. O ano civil nos torna escravos dos nossos sonhos mesquinhos e acanhados. O ano litúrgico nos eleva para os céus, nos recorda que estamos a caminho para lá, mantendo os nossos olhos fixos em Jesus, o autor e consumador da nossa fé (cf. Hb 12,1) . O ano litúrgico abre-nos o tempo de Deus, início da eternidade. Somente vivendo nesse tempo da graça, vale a pena sonhar, renunciar, alegrar-se e enfrentar as dificuldades da vida.
Por fim, o ano litúrgico é celebrado em cada Eucaristia. É na Santa Liturgia que adentramos no espaço e no tempo do Outro. A liturgia, portanto, não pode ser inventada e incrementada por gostos mundanos. Deve ser um espaço, onde cada rito, prescrito por aquela que tem autoridade para isso, a fiel Esposa católica, nos coloca dentro do tempo de Deus. E, assim, a cada missa celebrada, podemos dizer: eis o tempo favorável, eis o tempo da salvação! (cf. 2Cor 6,2)
Nenhum comentário:
Postar um comentário