quinta-feira, 26 de abril de 2012

À espera da morte


É interessante como é difícil hoje, mais do que em outras épocas, ser virtuoso, íntegro, casto, honesto, maduro, fiel, veraz. Em uma comunidade sadia, esperar-se-ia que estas coisas fossem normais; na nossa sociedade pós-cristã, o normal é ter vícios, ser instável, depravado, desonesto, imaturo, infiel, hipócrita... Prova disso, é que nós nos surpreendemos quando vemos exemplos de homens com as virtudes acima elencadas: parecem-nos homens de outrora, ou extra-terrestres. Todavia, quem quer que se aventure por este caminho nota imediatamente a dificuldade de segui-lo: é difícil ser honesto, manter a palavra, falar a verdade. Isto traz problemas. É melhor dar um jeitinho; não custa nada mudar de ideia quanto à palavra dita; porque não se pode dizer uma mentirinha para se safar de uma situação embaraçosa? Afinal, quantos conflitos não seriam evitados se a gente fosse menos intransigente nestas coisas, não é verdade? Para quê este radicalismo, esta exigência toda? Temos de manter a paz: “paz e amor, bicho”.
Como falou o filósofo Olavo de Carvalho no seu artigo O inferno brasileiro, a nossa sociedade não sofre sequer da degradação dos valores, mas da completa inversão deles. Verifica-se o que o salmista proclama com tristeza: “Em toda parte os malvados andam soltos, porque se exalta entre os homens a baixeza.” (Sl 11,8). Tudo o que é de mais baixo se exalta na mídia, desde o desregramento sexual, ao racismo às avessas, a violência, o aborto, o gayzismo, a falta de respeito para com as pessoas, a mentira, o politicamente correto, as ideologias desde sempre homicidas. E uma população massiçamente conservadora, que rechaça todas essas coisas, vai engolindo-as pela passividade a que é reduzida pela estimulação contraditória.
Uma sociedade assim está em crise, com doença gravíssima, sem assistência médica (pois os responsáveis pela cultura e pela espiritualidade foram quase todos cooptados pelas ideologias dominantes – marxismo, positivismo e suas proles) e o destino parece certo: a morte. Os abutres do Islamismo, da Nova Ordem Mundial e do Eurasianismo estão à espera do moribundo, para alimentar-se de seu cadáver.

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