sábado, 25 de abril de 2009

Ai de mim, se não anunciar o Evangelho – Festa de São Marcos

A Igreja festeja hoje o Santo Evangelista Marcos. João Marcos foi primeiramente discípulo de S. Paulo, acompanhando-o na primeira viagem missionária deste (cf. Fm 24; Cl 4,10, onde se diz que era primo de Barnabé). Posteriormente, separando-se de Paulo (cf. At 15,36-39), Marcos tornou-se discípulo de Pedro e o acompanhou a Roma, de onde Pedro provavelmente escreveu sua Primeira Carta, na qual Marcos é mencionado, de acordo com a primeira leitura da Sagrada Liturgia deste dia (5,13). É de Roma que Marcos escreverá o seu Evangelho para a comunidade local, a partir da pregação de Pedro, entre os anos de 60-70 d.C.
O Evangelho de Marcos foi o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito. A mensagem fundamental é a própria Pessoa de Jesus Cristo. Sua estrutura gira em torno da confissão de fé em Cristo, Filho de Deus. Assim, ele começa o Evangelho com uma profissão de fé: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1,1) e o termina com a mesma confissão na boca de um pagão: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus!” (15,39). No meio do Evangelho temos outra confissão, desta vez na boca do chefe da Igreja, que fala em nome dela: “Pedro respondeu: Tu és o Cristo” (8,29).
No entanto, Nosso Senhor Jesus Cristo, como nos mostra o Evangelho de hoje, mandou que se pregasse o Evangelho; nem Ele próprio escreveu nada nem deixou ordem para tal. E como se passaram os anos entre a morte do Senhor e a redação do primeiro Evangelho? Este foi pregado pelos Apóstolos e seus sucessores, entre eles Marcos. Daí se segue que o Evangelho não é propriamente um livro, mas a mensagem salvífica, que, trocando em miúdos, é a própria Pessoa do Senhor. Deste modo, o significado mesmo da palavra “Evangelho”, Boa Nova, nos dá a dimensão da realidade que anuncia: a boa notícia de que o homem não está mais sozinho, que o homem não está entregue ao próprio destino, que o homem pode ter esperança: Deus veio ter conosco, e em seu grande amor, enviou-nos Seu Filho, que nos amou e por nós se entregou (cf. Gl 2,20).

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