sexta-feira, 6 de março de 2009

Via-sacra: meditação inicial

Caros leitores, a partir de hoje estaremos disponibilizando no blog algumas meditações nossas em forma de via-sacra. A cada dia, a partir de amanhã, contemplaremos uma estação desta tradicional meditação no mistério da paixão do Senhor. Que elas nos ajudem em nosso esforço de conversão ao Senhor no itinerário quaresmal que iniciamos.

MEDITAÇÃO INICIAL


Nos dias da Sagrada Quaresma, nos quais o Senhor nos dirige um convite à conversão, a Igreja propõe aos cristãos uma forma especial de meditação que é a via-sacra. Esta oração milenar é a meditação sobre os passos da paixão do Senhor que a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja nos deixaram. Pensar nos sofrimentos que o Filho de Deus padeceu pelos homens nos ajuda a ter a compreensão das duas mais altas realidades espirituais: primeiro, da expressão máxima do amor incondicional de Deus pelo homem, ao ponto do desprezo de si próprio e, depois, das conseqüências drásticas do desamor que causa e é a causa do pecado. Esta dupla realidade está sintetizada na expressão de Jesus: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). É somente tendo diante dos olhos estas duas realidades que o homem será capaz de viver uma vida verdadeira, plenamente fincada no chão do real, do hoje, e ao mesmo tempo, com os olhos nos bens do futuro que aguardamos ansiosamente.

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Pai de misericórdia, nós vos louvamos por vossa imensa bondade, pela vossa grande compaixão, pelas vossas vísceras misericordiosas (Lc 1,78), porque em vosso desmedido amor nos destes o vosso próprio Filho para que nossos pecados fossem expiados e para que por Ele tenhamos a vida. Não deixeis, Senhor, que tenhamos o coração endurecido a ponto de não nos compadecermos mais com sofrimentos que o vosso Filho sofreu por nós. Por causa de nossa dureza, que insiste em rejeitar o amor que nos é oferecido gratuitamente, mudai o nosso coração, convertei-nos e concedei-nos a graça de podermos chorar a nossa falta de amor e aprender que “amor, só com amor se paga” (S. Bernardo de Claraval).

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