sábado, 21 de março de 2009

Tanto Deus amou o mundo que enviou o seu Filho – IV Domingo da Quaresma


Alegra-te Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações (Cf. is 66, 10-11). Com essas palavras do profeta Isaías, a liturgia de hoje exorta os fiéis a experimentarem esse IV Domingo da Quaresma, denominado Domingo Laetare ou Domingo da Alegria. Alegremo-nos porque, nós que choramos os nossos pecados, a nossa ingratidão para com o amor gratuito de Deus, encontraremos consolação quando o Filho do Homem for levantado da terra no madeiro da cruz (cf. Jo 3, 14s).
De fato, Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho não para condená-lo, mas para salvá-lo (cf. Jo 3, 17). Foi para isso que Deus nos criou: para a comunhão com Ele, por meio de Jesus Cristo. Mesmo com o pecado, com a negação reiterada do homem ao amor de Deus, Ele continuou nos amando, nos ofertando seu aconchego de Pai. E quando nós estávamos mortos por causa das nossas faltas, Ele nos deu a vida com Cristo (Ef 2, 5a).
Essa vida é a vida imperecível, aquela na qual Jesus será revestido pelo Espírito na Ressurreição. É essa vida que Jesus compartilhou conosco, e tudo isso por graça. Por isso o Apóstolo irá dizer: É por graça que vós sois salvos (Ef 2,5b).
Porém, s. João nos vai recordar que a oferta de Deus em Jesus pode ser rejeitada: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações são más (Jo 3,19). O pecado pode nos tornar insensíveis a ação de Deus. Ora, foi essa a atitude de Israel apresentada em 2Cr 36, 15s: O Senhor Deus de seus pais dirigia-lhes frequentemente a palavra por meio de seus mensageiros (...) Mas eles zombavam dos enviados de Deus, desprezavam as suas palavras.
No entanto, ninguém pode fechar-se ao amor de Deus que é luz, sem sofrer as consequências. Israel perdeu sua terra, foi levado cativo. Foi preciso Israel chorar suas culpas às margens dos rios da Babilônia (cf. Sl 136, 1) para redescobrir o valor do amor de Deus. E o reencontrou porque Deus vem sempre ao nosso encontro. E Ele veio definitivamente ao nosso encontro no seu Filho Jesus.
Nesse caminho quaresmal redescubramos o amor de Deus, reavivemos essa experiência e ajamos conforme a verdade, aproximando-nos da luz, e, assim, manifestemos que as nossas ações são realizadas em Deus (cf. Jo 3, 21).

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