
Mesmo os que se acovardam na perseguição, se fizerem penitência perfeita diante do Senhor, chorando em vestes de saco e sobre cinzas, poderão obter de Deus misericórdia. Nada sobra do mal quando há penitência. O Senhor dá acolhida aos que se convertem, como deu a Manassés, filho de Ezequias, e também a Pedro, príncipe dos apóstolos, que antes o renegara. Pedro, na verdade, ficou para nós como a pedra sólida sobre a qual se apóia a fé e sobre a qual está edificada a Igreja. Tendo confessado ser Cristo o Filho do Deus vivo, foi-lhe dado ouvir: “Sobre esta pedra – a da sólida fé – edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Ele o confessara explicitamente como filho verdadeiro, ao dizê-lo Filho do Deus vivo. E é o que também repetimos nós ao refutar as heresias.
O mesmo Pedro nos instruiu, igualmente, a respeito do Espírito Santo, quando disse a Ananias: “Como te tentou Satanás a ponto de mentires ao Espírito Santo? Não foi a homens que mentiste, mas a Deus!” (At 5,3s). Com isso ensinava que o Espírito procede de Deus e não lhe é estranho.
Tornou-se enfim Pedro o alicerce firmíssimo e fundamento da Casa de Deus, quando, após negar a Cristo e cair em si, foi buscado pelo Senhor e por ele honrado com as palavras: “apascenta as minhas ovelhas, apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15s). Dizendo isto, o Senhor nos estimulou à conversão, e também a que de novo se edificasse solidamente sobre Pedro aquela fé, a de que ninguém perde a vida e a salvação, neste mundo, quando faz penitência sincera e se corrige de seus pecados.
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