
As maravilhosas leituras deste Santo Domingo que celebramos na Assembléia Eucarística nos falam da grandiosa misericórdia divina. Deus criou o homem para viver em comunhão perfeita consigo; e, como penhor dessa comunhão, como maior expressão de seu amor criativo, deu-nos o livre-arbítrio, isto é, a capacidade de corresponder ou não ao seu amor. Mas os nossos primeiros pais caíram, enganados pela serpente, e se esconderam de Deus (cf. Gn 3,8). Foi assim que o pecado entrou no mundo. No entanto, Deus em sua misericórdia, que dura para sempre (cf. Sl 117(118), 1), não deixou o homem abandonado a si mesmo. Apesar do histórico de queda e de esquecimento de Deus por parte de seu povo, o Senhor sem voltava atrás e o perdoava, como atesta o salmo 105(106): “Quantas vezes o Senhor os libertou! Eles, porém, por malvadez o provocavam, e afundavam sempre mais em seu pecado. Mas o Senhor tinha piedade do seu povo, quando ouvia o seu grito na aflição” (vv. 43-44). É neste sentido a queixa do Senhor: “Tu, Jacó, não me invocaste, e tu Israel, de mim te fatigaste. Com teus pecados, trataste-me como servo, cansando-me com tuas maldades” (Is 43,22.24). Mas logo em seguida, o Senhor promete o perdão: “Sou eu, eu mesmo, que cancelo tuas culpas por minha causa e já não me lembrarei de teus pecados” (Is 43,25).
Pois bem, a misericórdia de Deus prometida por toda a Antiga Aliança, cumpre-se, realiza-se, encarna-se em Jesus. “Com efeito, é nele que todas as promessas de Deus têm o seu ‘sim’ garantido. Por isso também, é por ele que dizemos ‘amém’ a Deus, para a sua glória” (2Cor 1,20). É isto que vemos no Evangelho de hoje. Primeiro, Jesus é o cumprimento da Palavra de Deus – Ele mesmo é a Palavra (cf. Jo 1,1.14). É por essa Palavra que as tantas pessoas que se reuniram em sua casa em Cafarnaum anseiam. A sede dessa Palavra é tanta que não há espaço para todos. E aqui vemos uma das páginas mais belas dos Evangelhos: aqueles quatro amigos, que tinham uma fé tão grande em Jesus que nos faz envergonhar a nós, cristão de hoje, chegam ao cúmulo, quase à loucura, de destelhar a casa para fazer seu amigo paralítico ficar perto de Jesus. E como isso o comove! “Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão perdoados’” (Mc 2,5). Eis aqui: por causa da fé de uns, vem a cura para outros. Este fato nos mostra a irrecusável realidade da intercessão dos santos – sejam eles peregrinos ou já na glória – e ligação espiritual que os membros de Cristo possuem entre si – eles possuem o Espírito derramado nos corações (cf. 2Cor 1,22) e, por isso, formam um só corpo (cf. 1Cor 12,12.27).
Um outro fato de significado extremamente importante que é mostrado pelo ato de Jesus é que o pecado é o pior mal de que o homem pode sofrer, infinitamente mais do que qualquer moléstia física. É por isso que, diante da fé daqueles quatro amigos – e a fé aqui é um elemento preponderante, como o foi na cura do servo do centurião (cf. Mt 8,5-13) – o Senhor, emocionado perdoa os pecados ao paralítico. Isto é o mais importante. Somente por causa da incredulidade dos mestres da lei a respeito da autoridade de Jesus de perdoar pecados – o que é um atributo divino – é que o Senhor faz o paralítico andar. Assim, Jesus mostra a verdadeira face de Deus: por palavras, ou melhor, por Palavra, e por atos, prefigurando, desta forma, a dupla ação que Cristo continua realizando através de sua Igreja, o anúncio da Palavra e o agir pelos Sacramentos, o Senhor materializa para quem quiser ver as promessas feitas por seu Deus e Pai, que é adorado com o Filho na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Pois bem, a misericórdia de Deus prometida por toda a Antiga Aliança, cumpre-se, realiza-se, encarna-se em Jesus. “Com efeito, é nele que todas as promessas de Deus têm o seu ‘sim’ garantido. Por isso também, é por ele que dizemos ‘amém’ a Deus, para a sua glória” (2Cor 1,20). É isto que vemos no Evangelho de hoje. Primeiro, Jesus é o cumprimento da Palavra de Deus – Ele mesmo é a Palavra (cf. Jo 1,1.14). É por essa Palavra que as tantas pessoas que se reuniram em sua casa em Cafarnaum anseiam. A sede dessa Palavra é tanta que não há espaço para todos. E aqui vemos uma das páginas mais belas dos Evangelhos: aqueles quatro amigos, que tinham uma fé tão grande em Jesus que nos faz envergonhar a nós, cristão de hoje, chegam ao cúmulo, quase à loucura, de destelhar a casa para fazer seu amigo paralítico ficar perto de Jesus. E como isso o comove! “Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão perdoados’” (Mc 2,5). Eis aqui: por causa da fé de uns, vem a cura para outros. Este fato nos mostra a irrecusável realidade da intercessão dos santos – sejam eles peregrinos ou já na glória – e ligação espiritual que os membros de Cristo possuem entre si – eles possuem o Espírito derramado nos corações (cf. 2Cor 1,22) e, por isso, formam um só corpo (cf. 1Cor 12,12.27).
Um outro fato de significado extremamente importante que é mostrado pelo ato de Jesus é que o pecado é o pior mal de que o homem pode sofrer, infinitamente mais do que qualquer moléstia física. É por isso que, diante da fé daqueles quatro amigos – e a fé aqui é um elemento preponderante, como o foi na cura do servo do centurião (cf. Mt 8,5-13) – o Senhor, emocionado perdoa os pecados ao paralítico. Isto é o mais importante. Somente por causa da incredulidade dos mestres da lei a respeito da autoridade de Jesus de perdoar pecados – o que é um atributo divino – é que o Senhor faz o paralítico andar. Assim, Jesus mostra a verdadeira face de Deus: por palavras, ou melhor, por Palavra, e por atos, prefigurando, desta forma, a dupla ação que Cristo continua realizando através de sua Igreja, o anúncio da Palavra e o agir pelos Sacramentos, o Senhor materializa para quem quiser ver as promessas feitas por seu Deus e Pai, que é adorado com o Filho na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
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