sexta-feira, 1 de maio de 2009

O gérmen do pecado


De muitos modos e maneiras Deus nos falou outrora pelos seus santos e profetas. Ele quis desde sempre que estivéssemos com Ele como filhos e criaturas feitas à imagem de sua própria natureza (Sb 2,23). No entanto, nossos primeiros pais pecaram por desobediência se colocando no lugar de Deus. Eles foram tentados e, na tentação, o orgulho lhes fechou olhos e coração. Eles confundiram a realidade aparente com a verdadeira realidade. Não quiseram enxergar a bela criação de Deus como elas são de fato segundo a vontade de Deus, mas passaram a vê-las de acordo com suas próprias vontades. Eles quiseram ser Deus. E só conseguiram ser meras criaturas frágeis necessitados da graça de Seu criador. O pecado mostrou-os quem o são realmente. Mas, não seria nosso fim, como filhos de Deus e carregando a imagem Dele impressa em nossa alma, pois Ele nos criou à sua imagem e semelhança, de sermos deuses também? É verdade que fomos feitos para sermos deuses. E isso Cristo nos mostrou na Sua encarnação. Com efeito, Deus se fez humano para tornar a humanidade divina. Mas, em que consiste, então, o pecado de nossos primeiros pais? Não seria justo eles quererem ser como deuses, já que é este seu fim? Eles erraram quando quiseram se tornar deuses por suas próprias forças. Não teria, Deus, no momento da criação colocado neles o gérmen de Sua divindade imprimindo Seu Espírito na alma deles? Tendo sido impressa a imagem de Deus em suas almas, seria necessário, ainda, por meio de um próprio esforço inútil, nossos primeiros pais buscar a divindade que estava tão perto deles, ou melhor, que estava com eles e neles? Eis, meus irmãos o gérmen do pecado! Não reconhecer Deus como Deus e, sobretudo, não reconhecê-lo como amor. Se nossos primeiros pais enxergassem o Deus amor, eles bem saberiam que não seria necessário tentar roubar a divindade que Deus concede como dom, porque nos ama verdadeiramente. Muito bem afirma o salmista: “Se o Senhor não construir a nossa casa, em vão trabalharam seus construtores... é inútil levantar de madrugada ou a noite retardar vosso repouso, para ganhar o pão sofrido do trabalho, que a seus amados Deus concede enquanto dormem (126(127)). Eles não confiaram em Deus. Não foram fiéis à Sua Palavra. Por isso, desobedecendo-O, perderam a identidade e dignidade de filhos de Deus. Eis o gérmen da primeira culpa! Eis o nosso pecado! Não caiamos neste mesmo erro, irmãos queridos. Esforcemo-nos, pois, para enxergarmos a nós mesmos e assim enxergando-nos em nossa integridade, na intimidade de nossa alma, encontremos a imagem de Deus lá escondida. Encontrando-O, identifiquemo-nos com Ele, por meio de uma continua ascese. Dessa vez, não por um esforço prepotente e, por isso inútil, com o fizeram outrora, mas, pela força do Espírito Santo que vem nos elevar até Deus. Pois, Deus Pai enviou Seu único Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, ao mundo para que por Sua morte, nos libertasse do poder da morte e escuridão do pecado. E pela  paixão, morte e ressurreiçao de Cristo nos foi dada de volta a identidade que perdemos em nossos primeiros pais. A saber, a diginidade de sermos filhos e amigos de Deus 

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