domingo, 3 de janeiro de 2010

Epifania do Senhor

A Sagrada solenidade da Epifania do Senhor só perde em importância para as festas de Natal, Páscoa e Pentecostes. Ela comemora a manifestação – é isso que significa a palavra grega Epiphania – do Senhor, que foi hoje revelado, “anunciado aos povos todos e às nações” (1Tm 3,16).

À eleição do povo santo, Israel, segue-se, segundo o anúncio paulatino dos profetas, a eleição de todos os povos, a universalização da salvação. Eis a grande novidade do cristianismo em relação às outras religiões: no Menino-Deus, manifestado hoje a todo o orbe, está a plenitude da salvação de Deus para todos as nações, conforme diz São Paulo a Tito: “Manifestou-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pelos homens! Ele salvou-nos não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia, quando renascemos e fomos renovados no batismo pelo Espírito Santo” (Tt 3,4-5). Uma vez chegada a plenitude dos tempos, todos os membros do povo eleito dispersos pelo mundo são reconduzidos à Terra Santa para adorar o seu Rei-Messias e trazem consigo todos os tesouros das nações, ou seja, o melhor que há em todos os povos, oferecendo ao Senhor das gentes, reclinado no presépio, e tendo a Rainha-Mãe ao seu lado, os dons das nações: ouro, para o Rei, incenso para o Deus verdadeiro, mirra para Aquele que morrerá para salvar o seu povo. Dessa forma brilha nas trevas dos povos pagãos, que andavam procurando a luz às apalpadelas, a Luz verdadeira, o Sol que, nascendo, ilumina todo homem sentado à sombra da morte.

A festa de hoje, portanto, é festa da Igreja, é nossa festa: nós, que éramos pagãos – não pertencíamos ao povo eleito – fomos chamados para participar desse povo eleito, o verdadeiro Israel, a Nova Jerusalém, a Esposa e Corpo de Cristo, a Igreja Católica. Fomos chamados a nos tornarmos filhos no Filho, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, cidadãos do céu. A Epifania é a nossa festa, é a festa da cidadania da Cidade Eterna que nos é concedida.

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