
São João Maria Vianney nasceu em Lião, na França, no ano de 1786. Foi ordenado sacerdote no ano de 1815. Três anos depois, assumiu a paróquia de Ars. Ali exerceu um fecundo trabalho apostólico, principalmente através do atendimento das confissões, que se tornou a sua característica marcante. Eram muitas as pessoas da Europa e América que acorriam a pequena Ars para ouvir suas palavras de conforto e sabedoria. Outra marca do seu zelo pastoral, que contraria a crença comum, eram as suas pregações, tão bem preparadas e decoradas, cheias de piedade e amor a Cristo, cuja força convertia a muitos, e edificava e alimentava a tantos outros na fé.
As leituras próprias (cf. Ez 3, 16-21; Sl 116 e Mt 9, 35-10,1), propostas pela liturgia para a memória de hoje, ajuda-nos a compreender melhor a figura desse santo e a missão a qual são chamados todos os sacerdotes nesse ano a eles dedicados.
Na profecia de Ezequiel escutamos qual é a missão do profeta: “filho do homem, eu te coloquei como vigia para a casa de Israel” (Ez 3,17a). O profeta é aquele que se coloca de atalaia, e, de seu posto, vê mais longe, vê com os olhos do próprio Deus. E vê para que? Para poder advertir, instruir, formar na fé. Ars era um vilarejo insignificante. Mas isso não impedia que João Vianney enxergasse para além de seus horizontes, vislumbrasse o céu. Os limites de Ars eram estreitos demais para o seu cura e o rebanho a ele confiado. Por isso esse gigante era um incansável profeta do Reino dos Céus. Eis também a missão do padre: um homem embriagado pelo Espírito de Cristo, cujos olhos se tornam aguçados como os da águia para conduzir muitos à vida nova em Cristo.
As palavras do Evangelho de Mateus também apontam uma outra característica da missão de João Vianney e de todos os padres. Jesus chama os doze, conferi-lhes o poder de curar doenças e expulsar os demônios (cf. Mt 10,1), e lhes manda anunciar que o Reino dos Céus está próximo (cf. Mt 10,7). No Cura de Ars essas palavras se cumpriram perfeitamente: no poder do Espírito Santo, presente nas suas palavras e nos sacramentos, muitas vidas foram restauradas e o Reino se fez presente. E no mesmo poder, hoje, os sacerdotes, cujas mãos foram ungidas para se tornaram canais de graça, são chamados a tomaram cada vez mais consciência que sua missão é renovar todas as coisas, através da pregação e da administração dos sacramentos.
Nesse ano sacerdotal, rezemos pelos nossos sacerdotes, para que sejam fiéis ao ministério recebido. E, assim, a fidelidade de Cristo à obra redentora, seja a fidelidade de cada sacerdote. São João Maria Vianney, rogai por todos os sacerdotes.
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