terça-feira, 4 de agosto de 2009

"Eu te coloquei como vigia, para anunciares que o Reino está próximo" - Memória de S. João Maria Vianney, presbítero - Ano Sacerdotal

Nesse ano sacerdotal, inaugurado oficialmente pelo papa Bento XVI no último dia 19 de junho, emerge como modelo de sacerdote a figura de São João Maria Vianney, nos 150 anos de seu falecimento.
São João Maria Vianney nasceu em Lião, na França, no ano de 1786. Foi ordenado sacerdote no ano de 1815. Três anos depois, assumiu a paróquia de Ars. Ali exerceu um fecundo trabalho apostólico, principalmente através do atendimento das confissões, que se tornou a sua característica marcante. Eram muitas as pessoas da Europa e América que acorriam a pequena Ars para ouvir suas palavras de conforto e sabedoria. Outra marca do seu zelo pastoral, que contraria a crença comum, eram as suas pregações, tão bem preparadas e decoradas, cheias de piedade e amor a Cristo, cuja força convertia a muitos, e edificava e alimentava a tantos outros na fé.
As leituras próprias (cf. Ez 3, 16-21; Sl 116 e Mt 9, 35-10,1), propostas pela liturgia para a memória de hoje, ajuda-nos a compreender melhor a figura desse santo e a missão a qual são chamados todos os sacerdotes nesse ano a eles dedicados.
Na profecia de Ezequiel escutamos qual é a missão do profeta: “filho do homem, eu te coloquei como vigia para a casa de Israel” (Ez 3,17a). O profeta é aquele que se coloca de atalaia, e, de seu posto, vê mais longe, vê com os olhos do próprio Deus. E vê para que? Para poder advertir, instruir, formar na fé. Ars era um vilarejo insignificante. Mas isso não impedia que João Vianney enxergasse para além de seus horizontes, vislumbrasse o céu. Os limites de Ars eram estreitos demais para o seu cura e o rebanho a ele confiado. Por isso esse gigante era um incansável profeta do Reino dos Céus. Eis também a missão do padre: um homem embriagado pelo Espírito de Cristo, cujos olhos se tornam aguçados como os da águia para conduzir muitos à vida nova em Cristo.
As palavras do Evangelho de Mateus também apontam uma outra característica da missão de João Vianney e de todos os padres. Jesus chama os doze, conferi-lhes o poder de curar doenças e expulsar os demônios (cf. Mt 10,1), e lhes manda anunciar que o Reino dos Céus está próximo (cf. Mt 10,7). No Cura de Ars essas palavras se cumpriram perfeitamente: no poder do Espírito Santo, presente nas suas palavras e nos sacramentos, muitas vidas foram restauradas e o Reino se fez presente. E no mesmo poder, hoje, os sacerdotes, cujas mãos foram ungidas para se tornaram canais de graça, são chamados a tomaram cada vez mais consciência que sua missão é renovar todas as coisas, através da pregação e da administração dos sacramentos.
Nesse ano sacerdotal, rezemos pelos nossos sacerdotes, para que sejam fiéis ao ministério recebido. E, assim, a fidelidade de Cristo à obra redentora, seja a fidelidade de cada sacerdote. São João Maria Vianney, rogai por todos os sacerdotes.

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