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Em seguida, também suplicamos pelos nossos pecados: E perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Depois do pão, pedimos o perdão dos pecados. Quem é alimentado por Deus, viva também em Deus; cuide não só da vida presente e temporal, mas sobretudo da eterna, à qual se pode chegar se os pecados são perdoados, pecados que o Senhor, no Evangelho, chama dívidas: “Perdoei-te toda a tua dívida, porque me pediste” (Mt 18,32)
Quão necessária, providencial e salvadora a advertência de sermos pecadores, e obrigados a rogar a Deus pelos pecados! Porque, quando recorre à indulgência de Deus, a alma se lembra de sua condição. Para que ninguém esteja contente consigo, como se fosse inocente e pela soberba se perca mais completamente, quando se lhe ordena pedir todos os dias perdão pelos pecados, cada um toma consciência de que diariamente peca.
Assim também João, em sua carta, nos adverte: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não estará em nós. Se porém confessarmos nossas culpas, o Senhor, justo e fiel, perdoar-nos-á os pecados (1Jo 1,8-9). Em sua carta reuniu as duas coisas: o dever de rogar pelos pecados e, rogando, suplicar a indulgência. Por isso diz que o Senhor é fiel, mantendo a sua promessa de perdoar as culpas, pois quem nos ensinou a orar por nossas dívidas e pecados também prometeu, logo em seguida, a misericórdia paterna e o perdão.
Cristo acrescentou claramente uma lei que nos obriga a determinada condição: que peçamos a remissão das dívidas, se nós mesmos perdoamos aos nossos devedores, sabendo que não podemos alcançar o perdão a não ser que façamos o mesmo em relação aos que nos ofendem. Por esta razão, diz em outro lugar: Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos (Mt 7,2). E aquele servo que, perdoado de toda a dívida por seu senhor, mas não quis perdoar o companheiro, foi lançado ao cárcere. Por não ter querido ser indulgente com o companheiro, perdeu a indulgência com que fora tratado por seu senhor.
Cristo propõe o perdão com preceito mais forte e censura ainda mais vigorosa: Quando fordes orar, perdoai se tendes algo contra outro, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os pecados. Se, porém, não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, não vos perdoará os pecados (Mc 11,25-26). Não te restará a menor desculpa no dia do juízo, quando serás julgado de acordo com tua própria sentença e o que tiveres feito, o mesmo sofrerás.
Deus ordenou que sejamos pacíficos, concordes e unânimes em sua casa. Mandou que sejamos tais como nos tornou pelo segundo nascimento; assim também ele nos quer renascidos e perseverantes. Deste modo nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de Deus e os que possuem um só Espírito tenham uma só alma e um só coração.
Deus não aceita o sacrifício do que vive em discórdia e ordena deixar o altar e ir primeiro reconciliar-se com o irmão, para que, com preces pacíficas, possa Deus ser aplacado. Maior serviço para Deus é a nossa paz e concórdia fraterna e o povo que foi feito uno pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nos sacrifícios que Abel e Caim foram os primeiros a oferecer, Deus não olhava os dons, mas os corações, de forma que lhe agradava pelo dom aquele que lhe agradava pelo coração. Abel, pacífico e justo, sacrificando com inocência a Deus, ensinou os outros a depositar seus dons no altar com temor de Deus, simplicidade de coração, empenho de justiça e de concórdia. Aquele que assim procedeu no sacrifício de Deus tornou-se merecidamente sacrifício para Deus. Sendo o primeiro a dar a conhecer o martírio, iniciou pela glória de seu sangue a paixão do Senhor, por ter mantido a justiça e a paz do Senhor. Esses serão, no fim, coroados pelo Senhor; esses, no dia do juízo, triunfarão com o Senhor.
Quanto aos discordantes, aos dissidentes, aos que não mantêm a paz com os irmãos, mesmo que sejam mortos pelo nome de Cristo, não poderão, conforme o testemunho do santo Apóstolo e da Sagrada Escritura, escapar do crime de desunião fraterna, pois está escrito: Quem odeia seu irmão é homicida. Não chega ao reino dos céus nem vive com Deus um homicida. Não pode estar com Cristo quem preferiu a imitação de Judas à de Cristo.
Quão necessária, providencial e salvadora a advertência de sermos pecadores, e obrigados a rogar a Deus pelos pecados! Porque, quando recorre à indulgência de Deus, a alma se lembra de sua condição. Para que ninguém esteja contente consigo, como se fosse inocente e pela soberba se perca mais completamente, quando se lhe ordena pedir todos os dias perdão pelos pecados, cada um toma consciência de que diariamente peca.
Assim também João, em sua carta, nos adverte: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não estará em nós. Se porém confessarmos nossas culpas, o Senhor, justo e fiel, perdoar-nos-á os pecados (1Jo 1,8-9). Em sua carta reuniu as duas coisas: o dever de rogar pelos pecados e, rogando, suplicar a indulgência. Por isso diz que o Senhor é fiel, mantendo a sua promessa de perdoar as culpas, pois quem nos ensinou a orar por nossas dívidas e pecados também prometeu, logo em seguida, a misericórdia paterna e o perdão.
Cristo acrescentou claramente uma lei que nos obriga a determinada condição: que peçamos a remissão das dívidas, se nós mesmos perdoamos aos nossos devedores, sabendo que não podemos alcançar o perdão a não ser que façamos o mesmo em relação aos que nos ofendem. Por esta razão, diz em outro lugar: Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos (Mt 7,2). E aquele servo que, perdoado de toda a dívida por seu senhor, mas não quis perdoar o companheiro, foi lançado ao cárcere. Por não ter querido ser indulgente com o companheiro, perdeu a indulgência com que fora tratado por seu senhor.
Cristo propõe o perdão com preceito mais forte e censura ainda mais vigorosa: Quando fordes orar, perdoai se tendes algo contra outro, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os pecados. Se, porém, não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, não vos perdoará os pecados (Mc 11,25-26). Não te restará a menor desculpa no dia do juízo, quando serás julgado de acordo com tua própria sentença e o que tiveres feito, o mesmo sofrerás.
Deus ordenou que sejamos pacíficos, concordes e unânimes em sua casa. Mandou que sejamos tais como nos tornou pelo segundo nascimento; assim também ele nos quer renascidos e perseverantes. Deste modo nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de Deus e os que possuem um só Espírito tenham uma só alma e um só coração.
Deus não aceita o sacrifício do que vive em discórdia e ordena deixar o altar e ir primeiro reconciliar-se com o irmão, para que, com preces pacíficas, possa Deus ser aplacado. Maior serviço para Deus é a nossa paz e concórdia fraterna e o povo que foi feito uno pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nos sacrifícios que Abel e Caim foram os primeiros a oferecer, Deus não olhava os dons, mas os corações, de forma que lhe agradava pelo dom aquele que lhe agradava pelo coração. Abel, pacífico e justo, sacrificando com inocência a Deus, ensinou os outros a depositar seus dons no altar com temor de Deus, simplicidade de coração, empenho de justiça e de concórdia. Aquele que assim procedeu no sacrifício de Deus tornou-se merecidamente sacrifício para Deus. Sendo o primeiro a dar a conhecer o martírio, iniciou pela glória de seu sangue a paixão do Senhor, por ter mantido a justiça e a paz do Senhor. Esses serão, no fim, coroados pelo Senhor; esses, no dia do juízo, triunfarão com o Senhor.
Quanto aos discordantes, aos dissidentes, aos que não mantêm a paz com os irmãos, mesmo que sejam mortos pelo nome de Cristo, não poderão, conforme o testemunho do santo Apóstolo e da Sagrada Escritura, escapar do crime de desunião fraterna, pois está escrito: Quem odeia seu irmão é homicida. Não chega ao reino dos céus nem vive com Deus um homicida. Não pode estar com Cristo quem preferiu a imitação de Judas à de Cristo.
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