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Manda-nos ainda o Senhor que digamos na oração: “E não nos deixeis cair em tentação”. Isto mostra que o adversário nada pode contra nós sem uma permissão de Deus. Assim, voltar-se-á para o Senhor todo nosso temor, zelo e devoção; pois nada é possível ao Maligno, no sentido de tentar-nos, sem a divina permissão. Prova-o a divina Escritura: Veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e atacou-a: o Senhor entregou-a em suas mãos (Dn 1,1-2).
E o poder contra nós é dado a ele segundo os nossos pecados, pois está escrito: Quem entregou Jacó ao massacre e Israel aos espoliadores? Não foi Deus, contra quem pecaram, cujas vias não quiseram seguir e cuja lei não quiseram ouvir, que dirigiu para eles a ira de sua alma? E também a respeito de Salomão, quando pecou e se afastou dos caminhos do Senhor: O Senhor excitou Satanás contra Salomão.
De duas maneiras é dado poder contra nós: para castigo, quando pecamos; para glória, quando somos provados. Isso aparece concretamente no caso de Jó, por revelação do próprio Deus: Eis, tudo que é dele coloco em teu poder; cuida, porém, de nele não tocares (Jó 1,12).
No Evangelho, diz o Senhor sobre o tempo da paixão: Nenhum poder terias contra mim, se não te fosse dado do alto (Jo 19,11).
Rogando para não cair em tentação, lembramo-nos de nossa fraqueza e miséria, e não nos exaltaremos insolentemente, considerando orgulhosamente algo como nosso, não julgaremos nossa glória a confissão do martírio. Pois, ensinando-nos a humildade, diz o Senhor: Vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26,41). Antepõe, assim, a confissão humilde e submissa à prece, atribui tudo a Deus a fim de obteres da sua misericórdia o que pedirdes com temor e reverência.
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