
O sermão que se segue é de autoria de Dom Bernardo Bonowitz, monge trapista. Observem que, de forma poética, o autor apresenta aquilo que é central na fé cristã: somos chamados a sermos amigos de Deus no seu Santo Espírito! É isso a salvação: viver na amizade divina. O texto integral, juntamente com outros sermões, encontra-se no livro “A Alegria que vem da trapa”, da editora Edições Lumen Christi.
Qual é a obra prima de Deus? Paremos uns segundos, fechemos os olhos e imaginemos. Qual é a sua resposta?
Um homem bom, eis minha resposta.
A meu ver, esta resposta se manifesta em toda a Bíblia, desde as primeiras páginas do Gênesis. Lá contemplamos o Senhor Deus criando, e ao mesmo tempo ensaiando. Em primeiro lugar, faz coisas simples e grandes, com formas fáceis de desenhar: água, céu, sol, lua – as mesmas coisas que os meninos escolhem desenhar na creche.
Em seguida, passa às coisas que exigem um pouco mais de concentração e habilidade: árvores, peixes, cavalos. Finalmente, depois de muita prática, e agora com dedos de artista consagrado, ele faz o homem.
E depois? Depois, Deus cochila um pouco, porque realmente fazer um homem é trabalho delicado e cansativo e o término do projeto merece um feriado.
Ora, uma obra prima é uma obra na qual o artista coloca a si mesmo, mas um “si mesmo” traduzido em termos de arte...
Assim agiu Deus no dia em que criou o homem. Com efeito, segundo os grandes teólogos, o próprio corpo humano é uma revelação da beleza e da sublimidade divina...
Mas, minha resposta é que a obra prima de Deus é o homem bom, e até agora tenho falado somente do homem. Então, como prosseguir do “homem feito” para o “homem feito bom”?
Depois do primeiro sábado do mundo, quando Deus despertou do seu sono, dedicou-se a realizar este movimento, passando do “homem feito”, para o “homem feito bom”. E, em sua sabedoria, decidiu “bonificar” o homem da maneira mais linda possível: pela amizade. Convidaria o homem a desfrutar da amizade divina com cada uma das pessoas da Trindade...
Sabemos que, nos séculos do Antigo Testamento, Deus e o homem andavam juntos como pai e filho. Naquela época, Deus ia educando o homem, instruindo-o na disciplina moral, na reverência para com o próprio Deus, na fraternidade para com o próximo...
Assim o homem começou a tornar-se bom! Chegou o tempo da segunda amizade, uma intimidade maior: Deus moraria como homem com o homem. Isto não foi sofrimento algum para Deus.
Desde o início, sempre tinha amado o homem. E, instruído pela lei e pelos profetas, o homem ia se tornando mais e mais amável. Agora, Deus e homem andavam juntos como mestre e discípulo, como irmão mais velho e irmão mais novo.
Nos caminhos de Judéia e Galiléia, Jesus continuava o ensinamento do Pai (...). O homem que recebia a aprendizagem de Cristo foi ficando tão bom que o terceiro amigo, o Espírito Santo não via a hora de iniciar a amizade.
Jesus apenas partira e o Espírito precipitou-se do céu (...), não só para acompanhar o homem, mas para habitar nele. Esta era a essência da terceira amizade: Deus morando no homem, como a alma de sua alma, como hóspede, dono, esposo, luz...
Na amizade com o Espírito, amizade que continua até hoje, o homem tornou-se, e continua ainda a tornar-se divinamente bom. Sem parar, o Espírito nele produz seus frutos: caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade...
Sua presença infinitamente dinâmica aperfeiçoa, ilumina e glorifica a obra. A intimidade vai tão longe que o Espírito e o homem se encontram como xarás: Santo Espírito... Sant’Agostinho, Sant’Antão, Sant’Ambrósio. Sim, todos os amigos do Espírito têm o próprio nome dele: Santo.
Qual é a obra prima de Deus? Paremos uns segundos, fechemos os olhos e imaginemos. Qual é a sua resposta?
Um homem bom, eis minha resposta.
A meu ver, esta resposta se manifesta em toda a Bíblia, desde as primeiras páginas do Gênesis. Lá contemplamos o Senhor Deus criando, e ao mesmo tempo ensaiando. Em primeiro lugar, faz coisas simples e grandes, com formas fáceis de desenhar: água, céu, sol, lua – as mesmas coisas que os meninos escolhem desenhar na creche.
Em seguida, passa às coisas que exigem um pouco mais de concentração e habilidade: árvores, peixes, cavalos. Finalmente, depois de muita prática, e agora com dedos de artista consagrado, ele faz o homem.
E depois? Depois, Deus cochila um pouco, porque realmente fazer um homem é trabalho delicado e cansativo e o término do projeto merece um feriado.
Ora, uma obra prima é uma obra na qual o artista coloca a si mesmo, mas um “si mesmo” traduzido em termos de arte...
Assim agiu Deus no dia em que criou o homem. Com efeito, segundo os grandes teólogos, o próprio corpo humano é uma revelação da beleza e da sublimidade divina...
Mas, minha resposta é que a obra prima de Deus é o homem bom, e até agora tenho falado somente do homem. Então, como prosseguir do “homem feito” para o “homem feito bom”?
Depois do primeiro sábado do mundo, quando Deus despertou do seu sono, dedicou-se a realizar este movimento, passando do “homem feito”, para o “homem feito bom”. E, em sua sabedoria, decidiu “bonificar” o homem da maneira mais linda possível: pela amizade. Convidaria o homem a desfrutar da amizade divina com cada uma das pessoas da Trindade...
Sabemos que, nos séculos do Antigo Testamento, Deus e o homem andavam juntos como pai e filho. Naquela época, Deus ia educando o homem, instruindo-o na disciplina moral, na reverência para com o próprio Deus, na fraternidade para com o próximo...
Assim o homem começou a tornar-se bom! Chegou o tempo da segunda amizade, uma intimidade maior: Deus moraria como homem com o homem. Isto não foi sofrimento algum para Deus.
Desde o início, sempre tinha amado o homem. E, instruído pela lei e pelos profetas, o homem ia se tornando mais e mais amável. Agora, Deus e homem andavam juntos como mestre e discípulo, como irmão mais velho e irmão mais novo.
Nos caminhos de Judéia e Galiléia, Jesus continuava o ensinamento do Pai (...). O homem que recebia a aprendizagem de Cristo foi ficando tão bom que o terceiro amigo, o Espírito Santo não via a hora de iniciar a amizade.
Jesus apenas partira e o Espírito precipitou-se do céu (...), não só para acompanhar o homem, mas para habitar nele. Esta era a essência da terceira amizade: Deus morando no homem, como a alma de sua alma, como hóspede, dono, esposo, luz...
Na amizade com o Espírito, amizade que continua até hoje, o homem tornou-se, e continua ainda a tornar-se divinamente bom. Sem parar, o Espírito nele produz seus frutos: caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade...
Sua presença infinitamente dinâmica aperfeiçoa, ilumina e glorifica a obra. A intimidade vai tão longe que o Espírito e o homem se encontram como xarás: Santo Espírito... Sant’Agostinho, Sant’Antão, Sant’Ambrósio. Sim, todos os amigos do Espírito têm o próprio nome dele: Santo.
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