Tratamos da Felicidade do "desterro", limitada e imperfeita.
Na fachada do palácio da pseudofelicidade ou da fortuna aparente, apresentam-se-nos prazeres, riquezas, diversões... Não está ali a felicidade. Do interior saem estas vozes: "Vazio, intranquilidade, fastio". A riqueza não satisfaz; não trouxe paz a 80 milionários que num só ano, se suicidaram nos Estados Unidos. O mesmo se diga do prazer confundido com a felicidade. Muitos entregam-se ao vício, mas encontram abjeção, enfado, enfermidade, remorso, morte prematura e, talvez, condenação eterna. Tampouco nos satisfazem as diversões imoderadas. Quantos jovens sentem o vazio de sua vida sem ideal! Deveriam preenchê-lo com a satisfação do dever cumprido ou do sacrifício por uma causa nobre, mas se contentam com entulhar este vácuo com acúmulo de diversões, ou tentam disfarçá-lo com o riso chocarreiro e a agitação desenfreada. Nunca serão felizes por esse caminho.
A verdadeira felicidade é uma "Senhora nobre, altruísta, tranquila e recolhida, que mora no interior do castelo da alma, conhecendo, aumentando e saboreando seus tesouros. Assoma com frequência ao exterior pelas janelas do rosto, engalanada de sorriso, veste fulgurante do ser racional, que nem os animais, nem as flores mais belas podem ostentar".
A felicidade se oculta quando a buscamos com egoísmo. Ela vem a nós, quando, sem olhar para nós, nos abraçamos com o que há de mais nobre: o Dever, a Virtude, o Bem do próximo, Deus. Os acontecimentos quase não a afetam. Pois, se os insensatos tiram destes desespero e tristeza, os sábios, ao contrário, paz e alegria. A alma feliz descobre na essência de cada ser ou acontecimento aquilo que lhes dá unidade e valor: o fim nobilíssimo de ajudar-nos a glorificar o Criador infinitamente Bom e de unir-nos a Ele com perfeita felicidade.
Narciso Irala, Controle cerebral e emocional, p. 23-24.
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