domingo, 11 de julho de 2010

A supremacia do amor

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Da Carta aos Coríntios, de São Clemente Romano, papa (nn. 49-50)

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Quem tem amor em Cristo, cumpra os mandamentos de Cristo. Quem poderá explicar o vínculo do amor de Deus? Quem será capaz de exprimir a grandiosidade da sua beleza? A altura para onde o amor conduz é inefável. O amor nos une a Deus, “o amor cobre uma multidão de pecados”. O amor tudo sofre e tudo suporta. No amor não há nada de banal, nem de soberbo. O amor não divide, o amor não provoca revolta, o amor realiza tudo com concórdia. No amor, tornam-se perfeitos os eleitos de Deus; sem o amor nada é agradável a Deus. É no amor que o Senhor nos atraiu a si. É por causa de seu amor para conosco, que Jesus Cristo nosso Senhor, conforme a vontade de Deus, deu o seu sangue por nós, sua carne pela nossa carne, e sua vida por nossa vida.

Caríssimos, vede como o amor é coisa elevada e maravilhosa, e que sua perfeição está além de qualquer comentário. Quem é capaz de se encontrar nele, senão aqueles que Deus tornou dignos? Rezemos, portanto, e supliquemos a sua misericórdia, a fim de sermos encontrados no amor, sem parcialidade, irrepreensíveis. Muitas gerações passaram, desde Adão até hoje; mas, aqueles que, pela graça de Deus, se tornaram perfeitos no amor permanecem no lugar dos piedosos. Esses hão de tornar-se manifestos, quando aparecer o Reino de Cristo. Com efeito, está escrito: “Entrai um pouco em vossos quartos, até que passem a minha ira e o meu furor. Então, eu me lembrarei do dia ótimo, e vos ressuscitarei dos seus sepulcros.” Somos felizes, caríssimos, se praticarmos os mandamentos de Deus na concórdia e no amor, a fim de que, pelo amor, nossos pecados sejam perdoados. Pois está escrito: “Felizes aqueles cujas iniqüidades foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos. Feliz o homem, do qual o Senhor não considera o pecado e em cuja boca não existe engano”. Essa bem-aventurança é para os que Deus escolheu por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. A ele, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

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