sábado, 22 de novembro de 2008

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo


Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. (Mt 25,31) No fim dos tempos o Rei do universo virá para reinar e estender o seu domínio de mar a mar (Zc 9,10). Veio uma vez, pequenino na manjedoura de Belém, na vida simples de Nazaré, na fadiga da missão, na agonia do horto, no tormento da cruz, no silêncio do sepulcro; virá ainda uma vez, no fim da história, grandioso entre as nuvens, cheio da Vida gloriosa e irradiadora para as nações, com mão forte e braço estendido para salvar aqueles que deixaram o Reino acontecer em suas existências.
Mas entre as suas duas vindas, a de dois mil anos atrás e a do fim dos tempos, Jesus já reina neste mundo. Não, porém, de um modo claro, grandioso, pomposo; o seu Reino não é reino como os reinos deste mundo; seu Reino é Reino de verdade e vida, santidade e graça, justiça, amor e paz (cf. Prefácio da missa de Cristo Rei). O Rei deste Reino é aquele que veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate de muitos (Mt 20,28). O Rei deste mundo é o Bom Pastor, não como aqueles maus pastores de Israel que deixavam as ovelhas à míngua (cf. Ez 34), mas o Verdadeiro Pastor, o Bom e Belo Pastor, aquele que dá a vida pelas ovelhas (Jo 10,11) e as faz repousar em verdes pastagens, junto às águas refrescantes (cf. Sl 22,2). Mas ele também é o Juiz justo e verdadeiro que vem para governar a terra: julgará o mundo com justiça, e os povos segundo a sua verdade (Sl 95,13); e este seu julgamento é discriminatório: separará as ovelhas dos cabritos, os justos dos injustos (cf. Ez 34,17; Mt 25,32-33.46) e o critério para isto é a caridade: aquele que socorre o pobre e o necessitado de todos os tipos, este ficará à direita do juiz e participará da glória do seu Reino (cf. Mt 25,34-36).
Sim, exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso. (Zc 9,9) Vem agora, no hoje deste mundo, na força do seu Santo Espírito: por isso, alegra-te, Mãe Igreja! Entregai sua vida pura e imaculada nas mãos daquele que é o Senhor e Dominador dos séculos, ele que, pelo preço do seu sangue adquiriu gentes de todas as tribos e línguas, dos povos da terra e nações, e fez de nós para Deus um povo de sacerdotes e reis, que irão reinar sobre a terra (cf. Ap 5,9-10). Sim, não nos enganemos: toda a criação, tudo o que vemos e observamos, tudo, enfim, está nas suas mãos. Portanto, ergamos ao nosso grande Deus e Salvador um hino do mais fundo dos nossos corações e o aclamemos:

Cristo Rei, sois dos séculos Príncipe,
Soberano e Senhor das nações!
Ó Juiz, só a vós é devido
Julgar mentes, julgar corações.

Multidões reverentes, no céu,
vos adoram e cantam louvores.
Nós também proclamamos que sois
Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Rei da paz, imperai sobre as mentes,
desfazei seus desígnios perversos.
Por amor, reuni num rebanho
os errantes que andavam dispersos.

Para isso, de braços abertos,
vós pendeis do madeiro sagrado
e mostrais vosso bom coração
a sangrar, pela lança rasgado.

Para isso, no altar escondido
sob as formas de vinho e de pão,
através desse lado ferido,
para os filhos trazeis salvação.

Glória a vós, ó Senhor Jesus Cristo,
que no amor governais todo ser.
Seja a vós, com o Pai e o Espírito,
honra eterna, louvor e poder.

Um comentário:

  1. Parabéns pela reflexão da Solenidade de Cristo Rei!!!
    Desejo que o Blog continue cada vez mais RICO & PROFUNDO!!!

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