segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Festa da Dedicação da Basílica de S. João de Latrão


Hoje, a Liturgia da Igreja comemora a Festa da Dedicação da Basílica do Latrão, que foi a primeira igreja construída em Roma e consagrada no dia 9 de novembro do ano de 324. Foi dedicada ao Santíssimo Redentor, ao qual mais tarde foram associados São João Batista e São João Evangelista como patronos. Por esse motivo, chama-se também de Basílica de São João do Latrão. A finalidade dessa festa é honrar a basílica que é chamada de mãe e cabeça de todas as igrejas da Cidade e do Mundo, como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia no século II, "preside a assembléia universal da caridade". Como este ano o dia 9 de novembro coincidiu com o domingo, essa festa, por ser uma Festa do Senhor, substitui o XXXII Domingo do Tempo Comum, na Liturgia da Igreja.
Cristo ressuscitado não somente está presente em sua Igreja, mas também é dela Fundamento e Cabeça. As igrejas construídas de pedras e tijolos são um sinal vivo dessa presença de Cristo. É Ele quem reúne a comunidade, celebra, fala, dá-se como alimento, abençoa e permanece conosco. De fato, são nos templos construídos por mãos humanas que nós nos reunimos, diariamente ou no Dia do Senhor, para participarmos da Santa Missa, para sermos cristãos – e ninguém é cristão sozinho nem tampouco celebra sua fé isoladamente – e vivenciarmos a nossa fé. Esses templos são lugares privilegiados de oração. São a Casa de Deus. São a nossa casa. Nesses lugares, ou seja, nas nossas igrejas, dispomos de tudo aquilo que é necessário para um verdadeiro encontro com Deus.
A Liturgia da Missa de hoje, no entanto, dá maior atenção não tanto aos templos construídos por mãos humanas, mas aos membros da Comunidade que, individualmente, são os templos vivos de Deus, são a construção de Deus. "Nós, porém, é que temos de ser o verdadeiro templo vivo de Deus", dizia São Cesário de Arles, bispo do século VI. Já no século V, Santo Agostinho afirmava: "a casa de Deus somos nós". Essa construção é alicerçada em Jesus Cristo, único e verdadeiro fundamento da nossa existência. "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos" (At 17,28). É Ele quem nos acompanha pelas estradas da vida, dando sentido ao nosso dia-a-dia. Não temos outro alicerce. Como templos de Deus que somos, precisamos cuidar bem de todo nosso ser, evitar as várias ocasiões de pecado e sentir vergonha dos pecados que cometemos, para não ferir a dignidade de morada do Espírito Santo que somos. É necessário, para tanto, seguir a recomendação de São Pedro: "Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, prestai-vos à construção de um edifício espiritual, para um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais a Deus por Jesus Cristo" (1Pd 2,5). E São Paulo arremata: "Portanto, já não sois estrangeiros e adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Estais edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, do qual é Cristo Jesus a pedra angular. Nele bem articulado, todo o edifício se ergue como santuário santo, no Senhor, e vós, também, nele sois co-edificados para serdes habitação de Deus, no Espírito" (Ef 2, 19-22).

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