quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Deus é Devagar

Do Livro Deus é Devagar,
de Hilário Dick.
Deus entra devagar na vida da gente. Não que Deus seja devagar. Ele é eterno e vive em outra geografia. Mas porque nós somos devagar. Nós amamos devagar, nós crescemos devagar, nós aceitamos a vida devagar, nós aceitamos o outro devagar. Devagar porque vemos e, contudo, não vemos; acreditamos e, contudo, não acreditamos. DEUS NÃO FAZ BARULHO; Ele pisa devagar porque nos respeita além do nosso horizonte. Mais do que ninguém, Ele não nos força. Ele sabe o que é a nossa liberdade: mais do que ninguém, porque só ELE É AMOR.
[...]
Quanto mais perto se está do amor, da alegria, da paz, da felicidade, de tudo aquilo pelo qual o homem sonha da manhã à noite, quanto mais perto se está de tudo isso, invade-nos um silêncio estranho. É o silêncio do viver, o silêncio do fazer, o silêncio de ver tudo. Quanto mais o amor é amor, mais calado fica.
O homem tem medo do silêncio porque está, provavelmente, longe dele mesmo. A própria oração, quando é mais oração, fica mais calada. O homem aprende a se comunicar com olhares, com desejos, com fantasias... No silêncio e na bondade que quer brotar dele.
Faltam hinos ao silêncio? Ou será que o homem está tão mergulhado na balbúrdia que não é capaz de ouvir os hinos que as almas silenciosas entoam?
O silêncio que dói, não é silêncio. O silêncio não é solidão: é comunicação. Só quem sabe da fonte do silêncio é capaz de ficar quieto. O silêncio verdadeiro sempre está dentro de outro silêncio...

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