sábado, 29 de novembro de 2008

O Advento: tempo de espera do Senhor


Roráte Caeli désuper,
Et núbes pluant iústum.
Orvalhai lá do alto, ó céus,
E as nuvens chovam o Justo!


Terminado o ano litúrgico da Igreja com a semana da Solenidade de Cristo Rei, chegamos mais uma vez ao maravilhoso tempo do Advento, que nos prepara para acolher a chegada do Natal do Senhor Jesus.
Há dois mil anos atrás o anjo Gabriel, cumprindo as antigas profecias, anunciou a uma jovenzinha de uma aldeia perdida no meio do mundo chamada Nazaré, naquela obscura província do Império Romano, que ela seria agraciada com um grande dom de Deus e chamada a participar ativamente de seu plano salvífico. Deus viria pessoalmente salvar seu povo e o fez ao encarnar-se no seio de Maria.
Desde as primeiras gerações cristãs até os dias de hoje, os redimidos celebram este grande mistério da Encarnação do Verbo de Deus crentes de que, na força do Espírito Santo, este mistério torna-se atual. Em outras palavras, a salvação oferecida aos judeus de dois mil anos atrás foi oferecida às pessoas de toda a história e o é ainda hoje. De fato, celebrando a liturgia como comunidade dos filhos de Deus, congregados pelo Espírito de Cristo, possuídos por esse mesmo Espírito, os cristãos vivem no hoje de suas vidas a salvação do Messias.
Mas, para celebrar de maneira pura e jubilosa este grande evento salvífico, desde cedo a Igreja instituiu um tempo oportuno para a preparação devida dos fiéis. Assim surgiu o Advento. Neste tempo, os cristãos procuram unir-se mais ao Senhor na expectativa de sua vinda gloriosa. Por isso, o tempo do Advento é um tempo de maior oração e meditação na Palavra de Deus, sobretudo nos textos que nos falam da promessa de libertação feita por Deus e da esperança de seu povo na vinda do Messias. Para isso, é particularmente útil a leitura do Livro do Profeta Isaías, que a Igreja faz seus filhos escutarem neste tempo santo. Também é tempo de conversão interior para acolher o Menino-Deus que virá no Natal. É tempo de graça, de reconciliação, tempo de espera ansiosa e vigilante pela renovação que virá.
O Natal, tempo de uma graça incomensurável, não poderá ser bem vivido sem uma adequada preparação, sem uma vivência profunda e atenta do tempo do Advento. Por isso, despojemo-nos de todo aquilo de ruim que ficou pregado em nosso ser ao passarmos pelas estradas deste mundo durante este ano que passou e revistamo-nos de um novo sentimento, de um novo ânimo, de um novo modo de vida; revistamo-nos de Cristo (cf. Rm 13,14; Ef 4,24), vivamos aquilo que já somos: filhos de Deus e esperemos confiantes os bens que nenhum coração jamais pressentiu e que nos foram prometidos.

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