segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ação do Espírito Santo e índole comunitária da oração

Apresentamos, finalmente, a última parte de três meditações sobre a oração, retiradas da Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, nn. 8-9.

O Espírito Santo, que está em Cristo (cf. Lc 10,21, quando Jesus “exultou no Espírito Santo, e exclamou: ‘Eu te dou graças, Pai’”), em toda a Igreja e em cada um dos batizados, é quem realiza a unidade da Igreja orante. O mesmo “Espírito vem em socorro de nossa fraqueza” e “intercede em nosso favor com gemidos inefáveis” (Rm 8,26). Com o Espírito do Filho, ele infunde em nós “o espírito de adoção filial no qual clamamos: Abba, Pai” (cf. Rm 8,15; Gl 4,6; 1Cor 12,3; Ef 5,18; Jd 20). Por conseguinte, não pode haver oração cristã sem a ação do Espírito Santo, que unifica a Igreja inteira, levando-a pelo Filho ao Pai.
O exemplo e o preceito do Senhor e dos Apóstolos de orar sempre e com insistência não devem ser considerados como regra meramente legal, mas derivam da essência íntima da própria Igreja, que é comunidade e deve expressar seu caráter comunitário também ao orar. Por isso, nos Atos dos Apóstolos, quando pela primeira vez se fala da comunidade dos fiéis, esta aparece reunida em atitude de oração, “junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus e com os irmãos de Jesus” (At 1,14). “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4,32). Sua unanimidade se apoiava na palavra de Deus, na comunhão fraterna, na oração e na Eucaristia (cf. At 2,42).
Mesmo a oração no quarto, a portas fechadas (cf. Mt 6,6), sempre necessária e recomendável, os membros da Igreja a fazem por Cristo no Espírito Santo. Mas a oração da comunidade tem dignidade especial, já que o próprio Cristo disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20).

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