sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Espírito Santo: fonte da santidade e da contínua purificação da Igreja

Na profissão de fé católica professamos que a Igreja é Santa. A santidade, juntamente com a unicidade e a catolicidade são as notas que caracterizam a Igreja. Ser santa faz parte do próprio ser da Igreja, de sua essência.
Quando falamos em santidade, falamos na vida segundo o Espírito Santo. Ora, a Igreja nasceu de Cristo que, derramando o Espírito Santo sobre aqueles que Nele creram, gerou um novo povo. Cristo, Cabeça da Igreja, uniu a si, ao comunicar o Dom do Espírito, um corpo, constituído por todos os fiéis batizados. Assim, a Igreja é Santa porque está unida a Cristo. E esse vínculo de santidade só possível pela ação do Espírito Santo que habita na Igreja como num Templo.
O Espírito Santo na Igreja gera a vida da graça, à medida que renova cada homem que acolhe o Cristo pela fé nas águas do Batismo. Todo batizado é justificado, ou seja, regenerado no Espírito de Cristo, de tal forma que cada cristão é um homem novo, porque ali está semeado a semente da graça.
É verdade, no entanto, que sentimos na vida prática o pecado dos filhos da Igreja, as marcas do homem velho. E não são poucos os escândalos provocados pelos pecados dos cristãos. Tais atitudes dos cristãos parecem contrárias à afirmação da santidade da Igreja. E muitos cristãos, diante destes escândalos, chegam até a afirmar que os cristãos agem assim porque a Igreja é uma realidade santa e pecadora.
Tal afirmação não condiz com a fé, além de ser perigosa. Não está de acordo com a fé, porque, conforme já assinalamos, a santidade da Igreja vem do Espírito de Cristo dado a Igreja, gerando em cada cristão uma realidade nova. Não basta, portanto, um cristão pecar para que a Igreja deixe de ser santa, embora o pecado seja sempre um obstáculo à manifestação da santidade na Igreja com todo o seu esplendor. É uma colocação perigosa porque pode gerar nos cristãos certo consentimento ao pecado, uma vez que m bom número de cristãos possam ser levados a crê que somos assim mesmos um povo santo e pecador. Não há lugar na Igreja para o pecado. O mesmo Espírito autor da santidade da Igreja, convence-a permanentemente do pecado, convidando-o a uma contínua purificação, a tornar-se sempre aquilo que ela já é no seu ser, impulsionando cada cristão a ser aquilo que já é desde o Batismo: santos.
Em síntese: na sua essência a Igreja é Santa, porque nasce do Santo. É o Espírito Santo que renova os batizados, os convocados em Cristo por Deus Pai a formarem o Seu povo santo, a Igreja. Na sua existência, porém, a Igreja sentirá sempre o peso do pecado, uma vez que os filhos da Igreja serão sempre tentados e, muitas vezes, cederão a ele. Mas aqui também o Espírito age, renovando-a, fazendo a Igreja retornar ao primeiro amor. Enfim, a experiência existencial do pecado na Igreja não lhe retira a santidade que lhe é própria, mas também não é convite aos cristãos se conformarem com o pecado, mas a se abrirem a uma permanente experiência Daquele que é a fonte da santidade e da permanente purificação da Igreja: o Espírito Santo.

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