Capítulo XV da I Parte de “Na Liberdade da Solidão” de Thomas Meton
A humildade é uma virtude, não é uma neurose.
Libera-nos para que possamos agir virtuosamente, servir a Deus e conhecê-lo. A verdadeira humildade, portanto, jamais poderá inibir qualquer ação realmente virtuosa. Tampouco pode impedir-nos de nos realizarmos aderindo à vontade de Deus.
A humildade nos torna livres para fazermos o que é verdadeiramente bom, mostrando-nos nossas ilusões e retirando nossa vontade daquilo que era apenas um bem aparente.
Uma humildade que gela nosso ser e frustra toda sã atividade não é, de modo algum, humildade, mas uma forma disfarçada de orgulho. Seca as raízes da vida espiritual, tornando impossível nossa entrega total a Deus.
Senhor, ensinaste-nos a amar a humildade, mas não apredemos. Aprendemos somente a amar-lhe a camada externa – a humildade que torna alguém atraente e encantador. Por vezes, fazemos uma pausa para refletir sobre essas qualidades e muitas vezes fingimos possuí-las e tê-las adquirido “praticando a humildade”.
Se fôssemos realmente humildes, saberíamos até que ponto somos mentirosos!
Ensina-me a aceitar uma humildade que, sem cessar, me faça ver que sou um mentiroso e um fingido, e que, mesmo assim, tenho a obrigação de procurar com esforço a verdade, de ser tão verídico quanto me seja possível, ainda que tenha que achar, inevitavelmente, toda verdade de que sou capaz, envenenada pela duplicidade. Eis o que é terrível a respeito da humildade; nunca tem pleno êxito. Se ao menos fosse possível ser inteiramente humilde aqui na terra! Mas não, aí está o problema. Tu, Senhor, foste humilde. Nossa humildade, porém, consiste em sermos orgulhosos e termos plena consciência disso e nos sentirmos esmagados pelo peso insuportável desse fato, sem nada podermos fazer para remediá-lo.
Como és severo em tua misericórdia, e, no entanto, tens de ser assim. Tua misericórdia tem de ser justa, por que tua verdade tem de ser verdadeira. Contudo, como tu és severo em tua misericórdia; pois quanto mais nos abatemos no esforço de sermos verídicos, tanto mais descobrimos nossa falsidade. Será misericordioso fazer-nos chegar por tua luz, inexoravelmente, ao desespero?
Não – não é ao desespero que me conduzes, mas à humildade. Pois a verdadeira humildade é, de certo modo, um desespero muito real: desespero no que concerne a mim mesmo, a fim de que possa esperar inteiramente em ti.
Quem poderá cair em tamanha escuridão?
Libera-nos para que possamos agir virtuosamente, servir a Deus e conhecê-lo. A verdadeira humildade, portanto, jamais poderá inibir qualquer ação realmente virtuosa. Tampouco pode impedir-nos de nos realizarmos aderindo à vontade de Deus.
A humildade nos torna livres para fazermos o que é verdadeiramente bom, mostrando-nos nossas ilusões e retirando nossa vontade daquilo que era apenas um bem aparente.
Uma humildade que gela nosso ser e frustra toda sã atividade não é, de modo algum, humildade, mas uma forma disfarçada de orgulho. Seca as raízes da vida espiritual, tornando impossível nossa entrega total a Deus.
Senhor, ensinaste-nos a amar a humildade, mas não apredemos. Aprendemos somente a amar-lhe a camada externa – a humildade que torna alguém atraente e encantador. Por vezes, fazemos uma pausa para refletir sobre essas qualidades e muitas vezes fingimos possuí-las e tê-las adquirido “praticando a humildade”.
Se fôssemos realmente humildes, saberíamos até que ponto somos mentirosos!
Ensina-me a aceitar uma humildade que, sem cessar, me faça ver que sou um mentiroso e um fingido, e que, mesmo assim, tenho a obrigação de procurar com esforço a verdade, de ser tão verídico quanto me seja possível, ainda que tenha que achar, inevitavelmente, toda verdade de que sou capaz, envenenada pela duplicidade. Eis o que é terrível a respeito da humildade; nunca tem pleno êxito. Se ao menos fosse possível ser inteiramente humilde aqui na terra! Mas não, aí está o problema. Tu, Senhor, foste humilde. Nossa humildade, porém, consiste em sermos orgulhosos e termos plena consciência disso e nos sentirmos esmagados pelo peso insuportável desse fato, sem nada podermos fazer para remediá-lo.
Como és severo em tua misericórdia, e, no entanto, tens de ser assim. Tua misericórdia tem de ser justa, por que tua verdade tem de ser verdadeira. Contudo, como tu és severo em tua misericórdia; pois quanto mais nos abatemos no esforço de sermos verídicos, tanto mais descobrimos nossa falsidade. Será misericordioso fazer-nos chegar por tua luz, inexoravelmente, ao desespero?
Não – não é ao desespero que me conduzes, mas à humildade. Pois a verdadeira humildade é, de certo modo, um desespero muito real: desespero no que concerne a mim mesmo, a fim de que possa esperar inteiramente em ti.
Quem poderá cair em tamanha escuridão?
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