domingo, 29 de novembro de 2009

A vossa libertação está próxima - I Domingo do Advento

Os trechos da Palavra de Deus que a Igreja nos propõe neste primeiro Domingo do Advento falam da segunda vinda de Jesus. Deus foi paulatinamente revelando ao povo de Israel o seu desígnio de salvação: haveria um dia em que o seu povo seria salvo definitivamente, um momento em que a história humana chegaria ao seu zênite e onde todas coisas teriam a sua finalidade. Este dia final, chamado Dia do Senhor pelos profetas, é dia de salvação para o seu povo e dia de perdição para os que rejeitaram a Deus e viveram fora do seu amor. Vejamos, portanto, esses dois aspectos do desenlace escatológico da história humana.
Em primeiro lugar, o Dia do Senhor é dia de salvação para seus fiéis, aqueles que permanecem n’Ele, em Seus Mandamentos, dia em que ele cumprirá plenamente as promessas de felicidade eterna que fez a seus amados ao enviar o seu Messias, que resgatará e salvará os que são do povo de Deus. É o que diz o profeta Jeremias na primeira leitura da Solene Liturgia de hoje: “Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém terá uma população confiante; este é o nome que servirá para designá-la: ‘O Senhor é a nossa justiça’”. No entanto, percebemos que muitos dos que possuem o nome de cristãos não vivem segundo aquilo que são, renascidos na água e no Espírito Santo, mas vivem de modo que desagrada ao Senhor, desprezando os seus mandamentos, não aceitando que Deus seja realmente Deus em suas vidas, mas divinizando a si mesmo ou outras pessoas ou coisas, elevando-as à condição de critério absoluto da vida. Eis, portanto, o critério para se saber quem será salvo, ou seja, quem pertencerá ao número dos eleitos: o critério é guardar os mandamentos de Deus, porque, assim nos diz São João em sua primeira Epístola (2,3-6): “Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu”. Viver nos mandamentos de Deus, guardar a sua Palavra, é praticar as boas obras; assim, rezamos na oração da coleta para que sejamos achados, diante de Cristo, com as mãos cheias destas boas obras.
O Evangelho nos mostra a outra realidade deste dia da Parusia, ou seja, da manifestação do Senhor. Esta será aterrorizante e catastrófica para os ímpios: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas” (Lc 21,25-26). E o Senhor nos convida à vigilância, advertindo contra os perigos e tentações que advém neste e deste mundo e que nos podem fazer temer o dia do juízo: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21,34-36).
O dia do juízo acontecerá realmente um dia, o qual, porém, ninguém sabe, nem compete a nós sabê-lo. Entretanto, estejamos preparados, porque mesmo que nós não vejamos esse dia ele indubitavelmente ocorrerá no momento de nossa morte. E, pelo jeito com que vivermos neste mundo, procurando fazer as obras de Deus ou não, iremos recebê-lo ou com a cabeça erguida porque vem a nossa salvação, ou com pavores e desmaios se formos indignos.

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