terça-feira, 12 de abril de 2011

Meditação da Liturgia de hoje: terça da quinta semana da Quaresma



Nesta semana, começamos a ouvir o capítulo oitavo do Evangelista João, que mostra o grave confronto entre Jesus e os fariseus acerca da Pessoa de Cristo e da sua missão. Ele é a luz do mundo; aquele que o segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida (cf. Jo 8,12). Quem se põe no caminho de Jesus – e Ele é o Caminho (cf. Jo 14,6) – caminha na luz e pode ver o caminho. Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz (Jo 11,9-10). Mas os fariseus se recusam a seguir Jesus. Assim, eles se assemelham ao povo de Israel, rebelde e de dura cerviz: como o povo da Antiga Aliança, peregrinando no deserto rumo à Terra Prometida, frequentemente se impacientava e murmurava contra Deus e contra Moisés, o seu Ungido, assim os fariseus recusam-se a crer no Filho de Deus, Cristo, o Ungido. Da mesma forma, não foram suficientes os milagres que os antigos hebreus viram Deus realizar ao libertá-los do Egito e ao guiá-los no deserto: sempre se esqueciam do Senhor, voltando-se para si mesmos e não para Deus; também os fariseus recusam-se a reconhecer os sinais miraculosos que Jesus emprega para dar testemunho de sua missão divina. Desse modo, caminham nas trevas e na mentira, trevas que não receberam o Verbo (cf. Jo 1,10), mentira que se recusa a crer na Verdade: Eu sou a Verdade (Jo 14,6). Morrerão, assim, em seu pecado (Jo 8,21)
Se os fariseus não creem em Jesus pelos sinais que Ele realiza, como poderão crer no grande sinal? Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna (Jo 3,14-15). Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis que Eu Sou (Jo 8,28). Aqui estão dois mistérios estupendos: primeiro, o grande sinal é a Cruz de Jesus: o Senhor elevado da terra dará a vida eterna para todo o que n’Ele crer, como a serpente de bronze no deserto foi colocada para, à sua vista, salvar os que estavam doentes por causa das serpentes. Depois, nessa elevação, o Senhor mostra sua identidade: Eu Sou: o Seu Nome é o Nome do Deus que se revelou a Moisés. Aquele que é, o Ser subsistente, Deus: este é Jesus. Quem me vê, vê o Pai (Jo 14,9). Jesus identifica-se totalmente com o Pai, que Ele conhece e que testemunha junto com Ele que Jesus é o Seu Enviado. É isto que Jesus anuncia com Suas palavras e seus sinais: que Ele é o Deus descido do céu, de junto do Pai, para salvar os homens.
Jesus também anuncia aos fariseus, como anunciará aos discípulos, sua ida para junto do Pai. Tantos uns como os outros não entenderam as palavras de Jesus. Aqui, os fariseus se perguntam: para onde Ele vai? Na Ceia, Pedro pergunta: Senhor, para onde vais? (Jo 13,36) O Senhor responde: Na casa de meu Pai há muitas moradas. Vou preparar-vos um lugar, e quando for e vos tiver preparado o lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também (Jo 14,2-3). Assim, para a casa do Pai nós somos convidados a seguir Jesus, para entrarmos no repouso de Deus se, como os discípulos e ao contrário dos fariseus, crermos no Senhor, abraçarmos a fé. Que o Senhor nos conceda a graça de ter a fé n’Ele aumentada e que possamos, um dia, entrar em seu repouso.

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