quarta-feira, 13 de abril de 2011

Meditação da Liturgia de hoje: quarta-feira da quinta semana da Quaresma


Jesus continua sua discussão com os fariseus. Alguns acreditam nele. E todos os que creem em Jesus, que aceitam a verdade de Sua doutrina e da Sua Pessoa, tornam-se livres, porque Jesus é a Verdade e a Verdade liberta. Quem anda na Verdade anda na luz: não tem porque temer a realidade porque a aceita tal como ela é. Não se engana, não anda nas trevas. Não precisa maquiar as coisas. Abandona a falsidade do pecado, que é o auto-engano de se fazer deus, ditando para si mesmo o que é o bem e o mal. Eis: a Verdade liberta e a Liberdade é andar na Verdade.
Mas atenção, muita atenção: a Verdade não é uma coisa abstrata, etérea; a Verdade é uma Pessoa, é Jesus: Eu Sou o caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6). A Verdade é exigente e não admite compromissos. Seja o vosso 'sim', sim, o vosso 'não', não, dizia Jesus (Mt 5,37).
Mas como é difícil para eles, os fariseus! E como é difícil par nós, também! Significa renunciar ao nosso modo de pensar para acolher a Verdade de Deus, do mundo, da pessoa não como queremos que seja, fabricando as nossas ilusões a respeito da realidade, os nossos planos de transformação do mundo; não, só pode seguir Jesus aquele que renega a si mesmo, o seu modo de pensar, o seu modo sentir, o seu modo de raciocinar, o seu modo de viver e adota o modo de pensar de Cristo, o modo de sentir de Cristo, o modo de raciocinar de Cristo, o modo de viver de Cristo; aceita, em última análise, a estrutura da realidade como ela realmente é. É preciso muita coragem para isso! Coragem porque uma atitude dessas é ir na contra-mão do mundo: o que este quer é que cada um pense com a sua cabeça, tenha a sua própria criatividade, não seja um papagaio qualquer; que invente planos e soluções para um mundo melhor, para acabar com os problemas do mundo, para moldar o mundo segundo a nossa imagem... doce ilusão: esses projetos de construir um mundo novo se esfacelam diante da realidade – e quando eu digo a realidade, quero dizer a realidade inteira, material e, sobretudo, espiritual, porque somente quem reconhece Deus, conhece a realidade e pode corresponder-lhe de modo adequado e realmente humano. (...) Deus é a realidade instituinte, dizia Bento XVI na abertura da Conferência de Aparecida. Daí vemos que tudo se origina em Deus e tudo volta para Deus, fim último de todas as coisas.
Tenhamos, pois, amados irmãos, a coragem de dizer sim ao Senhor, de crer nele, de crer na Verdade e realidade de Sua Pessoa e missão para que ele nos transforme em novas criaturas, não mais escravas do pecado e do mundo, mas inteiramente livres para amar a Deus e aos irmãos.

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