quinta-feira, 14 de abril de 2011

Meditação da Liturgia de hoje: quinta-feira da quinta semana da Quaresma

Quem tu pretendes ser? (Jo 8,53) Eu sou (8,59). O clímax da discussão de Jesus com os fariseus é atingido com a autorevelação divina de Jesus: Ele é Deus. Pura e simplesmente, Ele é o Filho de Deus enviado como Cristo, como Messias para salvação dos homens. Filho participante da natureza do Pai: Deus como Deus, Homem como os homens, as duas naturezas, divina e humana, juntas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação (Concílio de Calcedônia, 451). Tudo foi feito por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito (Jo 1,3). Ele é o Deus que, no Antigo Testamento, chamou Abraão de sua terra e lhe prometeu descendência abundante como as areias do mar, fazendo com ele uma aliança eterna, para que eu seja teu Deus e o Deus de teus descendentes (Gn 17,7); Ele é o Deus livrou o povo da escravidão do Egito, que conduziu o povo para Terra Prometida, que o instalou na terra, que estabeleceu uma aliança com Davi e a sua descendência; foi Ele quem enviou os profetas para pregarem a conversão do povo. Ele, enfim, na plenitude dos tempos, por nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem. Por isso, aqueles que ouvem e guardam a Sua Palavra, que é Palavra de vida, não verão a morte (cf. Jo 8,51). Aqueles, porém, que não a ouvem e não a guardam, andam nas trevas e cairão no buraco escuro do vazio, da agonia e da morte. Pode acaso viver quem não quer aceita a Vida? Condenam-se à morte eterna. Creiamos, irmãos, no Senhor e guardemos a Sua Palavra: que ela seja para nós luz para iluminar os nossos pés, luz para o nosso caminho (Sl 118(119),105), sentido para as nossas vidas vazias, alimento para a nossa fome de plenitude, água para a nossa sede de vida. 

2 comentários:

  1. Elizabeth Albuquerquequarta-feira, 20 abril, 2011

    Henrique, você tem alguma lista ou resumo de quantos consílios ja existiram desde a época dos apóstolos até o séc XVIII? A Bíblia cita alguns, mas nunca intendi a ordem cronológica. Caso possa me ajudar, ficaria agradecida

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  2. Respondendo à Elizabeth,
    Os Atos dos Apóstolos (cap. 15) narram uma reunião entre os apóstolos no outono do ano 51 para decidir a respeito de um grave problema que se apresentava então: era necessário que os pagãos se tornassem judeus (cumprindo a Lei de Moisés) antes de se tornarem cristãos? Afora os problemas da composição deste capítulo, no qual Lucas provavelmente mistura duas reuniões distintas, a reunião apostólica é fato; Paulo a menciona no capítulo segundo da carta aos Gálatas. Posteriormente, esta reunião foi chamada de “Concílio de Jerusalém”. Seria um concílio apostólico. Os apóstolos foram morrendo (o último deles, João, no fim do século I) e os seus sucessores, os epíscopos (bispos – cf. At 14,23; Tt 1,5; 2Tm 1,6; 1Tm 3,1) passaram a reunir-se, segundo cada região, em sínodos ou concílios. O primeiro que reuniu bispos do mundo inteiro (por isso chamado de Concílio Ecumênico – a palavra grega oikoumenikós, significa 'do ou aberto para o mundo inteiro',) aconteceu na cidade de Niceia (hoje na Turquia, na época, capital imperial), no ano 325. Outros vinte se seguiram. Eis a lista completa:

    1. I Niceia (325)
    2. I Constantinopla (381)
    3. Éfeso (431)
    4. Calcedônia (451)
    5. II Constantinopla (553)
    6. III Constantinopla (680-681;692)
    7. II Niceia (786-787)
    8. IV Constantinopla (869-870)
    9. I Latrão (1123)
    10. II Latrão (1139)
    11. III Latrão (1179)
    12. IV Latrão (1215)
    13. I Lião (1245)
    14. II Lião (1274)
    15. Constança (1414-1418)
    16. Basileia (1431-1449)
    17. Florença (1438-1445)
    18. V Latrão (1512-1517)
    19. Trento (1545-1563)
    20. Vaticano I (1869-1870)
    21. Vaticano II (1962-1965)

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