segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A humanidade de Jesus Cristo


Da Carta de Santo Inácio de Antioquia à Igreja de Esmirna (séc. I)

Agradeço a Jesus Cristo, que vos tornou tão sábios. De fato, constatei que sois perfeitos na fé imutável, como que pregados na carne e no espírito à cruz de Jesus Cristo e confirmados no amor do seu sangue. Estais plenamente convencidos de que nosso Senhor é verdadeiramente da descendência de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, nascido verdadeiramente da virgem, batizado por João, para que toda a justiça fosse cumprida por ele. Ele foi realmente pregado por nós em sua carne, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes. É graças a esse fruto, à sua divina e feliz paixão que nós existimos, a fim de erguer para sempre um estandarte pela ressurreição para os seus santos e fiéis, tanto judeus como pagãos, no corpo único da sua Igreja.

Ele sofreu tudo isso por nós, para que sejamos salvos. E ele sofreu realmente, assim como ressuscitou verdadeiramente. Não sofreu apenas na aparência, como dizem alguns incrédulos. São eles que existem apenas na aparência. Assim como pensam, para eles acontecerá serem sem corpos e semelhantes a espíritos.

Quanto a mim, sei e creio que, mesmo depois da ressurreição, ele estava na sua carne. Quando veio até aos que estavam em torno de Pedro, lhes disse: “Pegai, tocai-me, e vede que eu não sou espírito sem corpo.” E imediatamente eles o tocaram e, ao contato com sua carne e seu espírito acreditaram. É por isso que eles desprezaram a morte e foram reconhecidos superiores à morte. E depois da ressurreição, comeu e bebeu junto com eles, como um ser de carne, embora espiritualmente unido ao Pai.

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