Liberdade, em última análise, é dar glória a Deus, é pôr Deus em primeiro lugar. Padre Antonio Vieira diz, em um de seus memoráveis sermões, que os homens dão glória a Deus na terra para que, no céu, Deus dê glória aos homens. Assim, se de Moisés Deus pede que retire as sandálias, Ele apressa-se em ordenar que o filho pródigo, arrependido e voltado à casa do pai, seja revestido de sandálias nos pés, anéis nos dedos e a melhor túnica no corpo. Ao filho arrependido, que reconhece diante do pai a sua pequenez e ingratidão – “Já não mereço ser chamado teu filho” (Lc 15,21) –, o pai reveste da dignidade de senhor, seu herdeiro. Não o trata como um de seus empregados mas o reconhece como filho amado. Esta parábola aponta para a realidade afirmada por São Paulo na Carta aos Romanos: “Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. De fato, vós não recebestes espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes o Espírito que, por adoção, vos torna filhos, e no qual clamamos: ‘Abbá, Pai!’ O próprio Espírito se une ao nosso espírito, atestando que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, se, de fato, sofremos com ele, para sermos também glorificados com ele”. (Rm 8,14-17).

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