A Campanha da Fraternidade fala este ano sobre a Ecologia. Mas, longe dos sociologismos próprios, queria propor-vos esta reflexão do Papa Bento XVI no primeiro volume do seu livro Jesus de Nazaré. Diz ele:
“No seu curto relato da tentação (cf. 1,13), S. Marcos pôs em evidência os paralelos com Adão, o intenso sofrimento do drama humano enquanto tal: Jesus ‘vivia entre as feras e os anjos o serviam’. O deserto – o oposto do Jardim – torna-se o lugar da reconciliação e da salvação; os animais selvagens, que representam a forma concreta da ameaça ao homem através da rebelião da criação e do poder da morte, tornam-se amigos como no paraíso. É assim restaurada aquela paz que Isaías anuncia para os tempos do Messias: ‘Então o lobo habita com o cordeiro, a pantera com o cabrito...’ (Is 11,6). Onde o pecado é vencido, onde a harmonia do homem com Deus é restaurada, segue-se a reconciliação da natureza, a criação dilacerada transforma-se em lugar de paz, como S. Paulo diz, quando fala do suspiro da criação, que ‘espera ansiosamente pela manifestação dos filhos de Deus’ (Rm 8,19).” (Bento XVI, Jesus de Nazaré, São Paulo, p. 41, grifo nosso).
Que fique para nós esta lição: a melhor maneira de cuidar da criação (o meio-ambiente, a “mãe-terra”) é nos convertendo: quando eu me torno melhor, vencendo o pecado que há em mim, eu me torno “paz” e a irradio ao meu redor. Assim, ao invés da Campanha da Fraternidade iluminar a nossa Quaresma, é a nossa Quaresma que ilumina a Campanha da Fraternidade.

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