A apresentação do menino Jesus no templo é acompanhada também da purificação da Virgem Maria. Neste fato manifesta-se a imperfeição, ou melhor, a provisoriedade da Lei de Moisés. Segundo a Lei, a parturiente ficaria impura até quarenta dias após o parto, depois do qual deveria ir ao templo para realizar as abluções prescritas e purificar-se (Lv 12,2-4). Mas, como pode estar impura aquela que é a Toda Pura, a Imaculada? O advento do Filho de Deus no mundo inaugura, pois, uma nova economia: a pureza não consiste em cumprir ritos da Lei, mas em ser totalmente aberto ao Senhor, totalmente amigo de Deus, totalmente santo: a justiça não vem da Lei, mas da fé confiante em Deus. E que fé pode-se encontrar maior do que a de Maria? “Eis aqui a Serva do Senhor: faça-se em mim segundo a Sua Palavra” (Lc 1,38). E, nesta fé, ela oferece o seu maior tesouro, o seu maior dom, a criançinha miraculosamente concebida em seu seio santíssimo. Mas, eis irmãos, que mistério!, esse oferecimento que a Virgem faz é prelúdio do oferecimento maior que o seu dileto Filho realizaria por ela e por todos os homens na cruz: “Uma espada te transpassará a alma”, diz à Maria o velho Simeão (Lc 2,35). Aqui, já se manifesta o mistério da Paixão do Senhor. E, da mesma forma, o oferecimento da Virgem Mãe de Deus é modelo e prenúncio do oferecimento que a Virgem Mãe Igreja faz de seu Divino Esposo, o Senhor Jesus, diariamente no altar da Eucaristia. Também nós, irmãos caríssimos, somos convidados por Deus a fazer de nossa vida inteira uma oblação agradável a Deus. Quando viesse o Anjo da Aliança, o Messias esperado, então os sacrifícios de Israel passariam a ser agradável ao Senhor, porque ele purificaria seus levitas para que oferecessem uma oblação justa. Assim, todos os cristãos, povo de sacerdotes e nação santa, são chamados a oferecerem as suas vidas como sacrifício puro e agradável a Deus, unindo-se ao Sumo Sacrifício de Cristo oferecido pelas mãos do sacerdote na Eucaristia.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Apresentação do Senhor
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